terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Artigo: Vitória de Dilma, vitória das mulheres e do povo brasileiro!, por Elza Campos*

A União Brasileira de Mulheres (UBM) comemorou com muita alegria a vitória de Dilma Rousseff para o cargo de presidente da República. Desde o primeiro turno assumiu decididamente a campanha de Dilma ao lançar o Manifesto da UBM “Mulher, seu voto não tem preço - Com Dilma Presidente pra continuar mudando o Brasil”. O documento foi criado em julho e divulgado em todo o país. No segundo turno, a campanha da entidade foi ainda mais intensificada com várias atividades realizadas pelas seções estaduais da entidade. A eleição de Dilma Rousseff, a primeira mulher a ocupar a Presidência da República no Brasil, é um feito dos mais grandiosos para os trabalhadores e em especial para as mulheres que poderão sentir-se mais empoderadas e confiantes em suas lutas e conquistas.



A repercussão desta admirável vitória repercutiu em todo o mundo. Revela a importância do Brasil no cenário internacional aliada à representação desta mulher que iniciou sua vida pública aos 16 anos defendendo a liberdade de seu povo. Mesmo sob todas as tentativas de armadilhas que tentaram impor à nossa maior líder, Dilma teve o espírito de guerreira, ganhando cada vez mais o apoio popular e a confiança de seu povo.


O Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) considerou um fato "histórico para a política e a sociedade e para as brasileiras. Para Rebecca Reichmann Tavares, representante do Unifem para o Brasil e o Cone Sul, "É a consagração da luta de gerações e gerações de mulheres brasileiras, que desde o início do Século XX lutaram pela conquista do direito ao voto.”


A revista americana Time divulgou, em seu site: a presidenta Dilma está entre as 10 mulheres mais importantes do mundo. A Time ressaltou que a sucessora de Lula será a líder da quarta maior democracia mundial, se tornando uma "inspiração para as mulheres de todo o mundo". É um fato incontestável, pois renova um novo tempo de esperanças e possibilidades de conquistas para o nosso país e em especial para as mulheres. São quase 80 anos do direito ao voto à eleição da primeira presidenta do Brasil.


Temos consciência que avançamos durante o Governo Lula, no que de refere à perspectiva para as mulheres, notadamente na conquista da Lei Maria da Penha e na instalação do Ministério das Mulheres, entre outros avanços nos campos das políticas públicas e da atuação do Brasil no cenário internacional.


A vitória de Dilma se revela na convergência de um conjunto de forças progressistas em torno de um programa que combina soberania nacional, desenvolvimento econômico, distribuição de renda, inclusão social e liberdades políticas e, ainda, a possibilidade de aprofundar as mudanças iniciadas no governo Lula.


O papel das mulheres e dos movimentos feministas e sociais é de grande importância, para garantir que a plataforma elaborada pelos movimentos seja efetivamente realizada. Seremos protagonistas do esforço para construir um projeto de nação justa, com amplas oportunidades para toda a população.


As mulheres que protagonizaram e já estiveram presentes em grandes lutas populares em todos os tempos e lugares, ousando sonhar e construir um mundo diferente, verdadeiramente justo e igualitário já deram provas no passado de compromisso democrático na luta por liberdades políticas para o povo brasileiro. No presente, sentem-se mais fortes e empoderadas para construir com Dilma um país de igualdade e de justiça.


A UBM continuará lutando para que as mulheres façam suas escolhas, na vida pessoal e na vida política, ou seja, no espaço privado e no espaço público. Lutará para que a saúde, a educação, a cultura, a segurança pública, o meio ambiente, o trabalho convirjam para o atendimento integral às mulheres e a toda sociedade.


No próximo ano teremos a realização da III Conferência de Políticas para as Mulheres, reforçaremos as propostas do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Teremos de consolidar esse canal de participação e, efetivamente, transformar as políticas públicas para as mulheres em políticas de Estado, tratando a pauta das mulheres como um assunto estratégico para nosso país. Defendemos que a Lei Maria da Penha seja efetivamente cumprida, para que a maternidade seja uma escolha das mulheres e para que as mulheres não sejam criminalizadas pela realização do aborto.


Um dos maiores problemas para avançar a democracia no Brasil, pauta-se na sub-representação feminina nas instâncias de poder. A proposta que vem sendo defendida por nossa presidenta, a de contar nos Ministérios com 30% de mulheres, recebe o apoio das mulheres. Dilma terá um olhar para as mulheres, como bem demonstrou em seu discurso de posse ao dirigir suas primeiras palavras às mulheres. Se a simbologia de termos uma mulher presidenta é de grande significado, a aplicação das cotas ministeriais, também acarreta um ganho de poder simbólico para as brasileiras.


As mulheres estarão a par e passo com toda população para que todos os temas estejam pautados de forma integrada e articulada, e estarão com Dilma, a primeira mulher presidenta da história do Brasil.



* Elza Campos é coordenadora nacional da UBM