quarta-feira, 17 de março de 2010

Barreiras, LULA e o desenvolvimento. A análise da "bronca"

A vinda da UFBA para Barreiras, fez parte de uma política de ampliação do ensino superior público iniciada pelo governo de LULA. O presidente, não só ampliou as universidades públicas, como fortaleceu as instituições que foram sucateadas no governo do TUCANO MOR FHC, cuja política era de desmonte, privatizações e enfraquecimento do papel do estado. Foi preciso um sindicalista que sofreu os piores tipos de preconceito por não ser um doutor da SORBONNE, chegar ao mais alto posto da república para mostrar que distribuição de renda, recuperação do poder de compra dos assalariados, investimentos sociais e especialmente, investimento na educação, fizeram e fazem a diferença no Brasil de hoje.
Barreiras e Oeste, são privilegiados pela política do governo federal. É sempre bom lembrar para os desmemoriados, principalmente os que se acham hoje no direito de dar "bronca" na prefeita, que LULA fez a sua parte e desde 2006, quando da implantação do Campus, que as estradas já era ruins e a ponte da mesma forma. É sempre bom lembrar tbm que os grandes avanços sociais apadrinhados por quem critica a prefeita, foram e são méritos do presidente LULA. CASAS DA FAMÍLIA, CREAS, PETI AMPLIADO, RECURSOS DO BOLSA FAMÍLIA investidos em NÚCLEOS DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, BANDA DE LATA, ETC, são programas sociais de LULA. Uma pena ter que dizer que o BANCO DE ALIMENTOS que faz parte da política de combate a fome tbm do governo LULA, ficou sem instalar pq o prefeito não quis pagar os profissionais necessários e os equipamentos ficaram no almoxarifado jogados. Na saúde é bom lembrar tbm que LULA implantou como compromisso de campanha assumidos pelos inúmeros ministros petistas na campanha de televisão em 2004, A FARMÁCIA POPULAR, e ampliou o número de PSF`s que durante a campanha o "dotô" era contra. Fazer cortesia com o chapéu dos outros é mt bom. Só é preciso lembrar, que enquanto o país todo se beneficia do PAC com obras estratégicas para o desenvolvimento, econômico e sustentável, Barreiras na gestão de quem agora dá "bronca" na prefeita, jogou fora por mero capricho político e ingratidão a quem lhe fez prefeito, R$ 69 milhões de reais, garantidos pelo governador Wagner e ainda posa de benfeitor dos barreirenses.
Pra encerrar a prosa, é bom que o povo não mereça a alcunha de memória curta e ache que quem entregou Barreiras como foi entregue, tem autoridade moral para dar "pito" em quem quer que seja. Oportuno lembrar também, que no início da sua gestão "dotô", a máquina estava inchada e o comércio todo com contas receber e a prefeitura sem crédito. Foram mais de R$ 3 milhões de reais as dívidas do seu primeiro ano de mandato. Enquanto se gastou R$ 2 milhões no Pe. Vieira com blindex, que não é recomendável em escola nenhuma por ser transparente e desviar a atenção do aluno, podia ter gasto R$ 1 milhão de reais e investido outros nas escolas velhas caindo aos pedaços. Fora o Pe. Vieira, a creche Joaõ Paulo II e a ponte do rio branco, o que ainda foi feito em quatro anos de positivo, foi feito por LULA dotô, e o senhor sabe tão bem disso, que sua única alternativa na eleição foi pegar os bons resultados da ação social e lançar uma candidata com apenas essa bandeira pq não tinha outra.
Barreiras se beneficia do PAC no são Sebastião com melhorias habitacionais e obras de macro e micro drenagens, vai receber as ambulâncias do SAMU, vai fazer o necessário e vital esgotamento sanitário para tirar o povo da merda, mesmo contra a vontade alguns, já recebeu recursos do PAC para o bairro Santa Luzia, vai concluir o anel viário e vai ter a ferrovia oeste/leste. São investimentos de quem pensa a cidade para o futuro e deixando as picuinhas políticas de lado. LULA e WAGNER receberão o reconhecimento dos barreirenses e dos oestinos.
É bom determinadas pessoas olhar para dentro de si mesmo, e ver quais condições reúne para se achar no direito de dar "broncas" em autoridades e pensar que o povo é otário. Quem teve quatro anos para trabalhar e contou com a ajuda generosa de LULA e pouco fez, não pode impedir e atacar qum tem apenas 1 ano de mandato com crise econômica e perdas de receitas que dificultaram o primeiro ano da gestão.
Vá descansar "dotô", o senhor já fez a sua parte. O jornal da deputada sua irmã o elogia muito e diz com muita alegria que "bombou" a bronca que o senhor deu. Realmente, Barreiras parece mesmo que recebeu uma bomba para ficar do jeito que está e certamente não foi em um ano; foram 16 anos de cunhado para cunhado e os bestas dentre as quais eu, achando que a briga era de verdade e era apenas uma fachada para o continuísmo.
Vá descansar "dotô" dê oportunidade aos jovens de espírito e de idade e deixe que ao final dos quatro anos de mandato, o povo decida democraticamente o seu destino como fez em 2008 e como faz sempre. A vontade popular é sagrada. Respeite isso e vá descansar para o bem dos barreirenses.
Kelly Magalhães
vereadora

sexta-feira, 12 de março de 2010

Doberman, Magdeburg e a política burguesa

Como democraticamente, acontece em Barreiras, e aqui ressalto a novidade que é o único site, que efetivamente trata de política, seja para atacar ou apenas para noticiar, o ZDA, publicou um texto de uma pessoa que nunca ouvi falar nem nos bastidores da política, nem como profissional da área em que ele diz atuar: MAGDEBURDO F. STOFLLER. Com o título de KELLY MAGALHÃES E A SÍNDROME DE DOBERMANN, o senhor, Magderalgumacoisa, fez uma análise do meu texto sobre a vinda de Paulo Souto ao oeste, especialmente, sobre a fala do ilustre deputado João Almeida, em que atacou a prefeita pela candidatura de Oziel alegando querer eleger a família.
O senhor Magaderburgo, como ele diz em seu comentário na mesma matéria, faz questão de ressaltar que o nome é uma homenagem a um antepassado húngaro, revelando bem a sua veia de alguém que não pertence à nossa política e demonstrar a sua superioridade, seja de raça, econômica, intelectual e de família nobre.
Não o conheço, nunca o atingi, e nem sei quais as razões que ele tem para fazer questão de desprezar ou menosprezar a história política dos filhos desta terra com um texto tão baixo, tão rídiculo, querendo me comparar com um animal irracional e fabricado em laboratório.
A política senhor magdburguês, é assim mesmo, a história mostra que só não muda quem não é vivo. Minha trajetória política não agride e nem ofende a ninguém, a não ser pessoas como o senhor, que não aceitam que pessoas como eu que não tive a origem burguesa como Kaduda Braga que tem família de sangue azul e que faço questão de ressaltar: no meu texto não o ofendi, não ataquei e nem tenho motivos para atacar Kaduda Braga; apenas ilustrei a participação da sua família na política assim como os demais citados. Em nenhum momento usei a a expressão para diminuir a figura de quem quer que seja. Essa conclusão foi do enorme cérebro que o senhor diz que tem em relação ao meu que é tão pequeno. A disputa política existe e graças ao sangue dos lutaram pela democracia é estamos vivendo os tempos áureos da política brasileira e todas candidaturas são legítimas por representarem o anseio de um povo que clama por solução para os seus problemas.
Portanto, apenas fiz uma análise que como política e militante da esquerda, que ao contrário do que o senhor diz, a minha trajetória nunca foi camaleônica, não passei a perna e nem traí ninguém. Veja quem construiu a política vitoriosa de Saulo Pedrosa em 1992 e em 2004 e quem a destruiu para que ao final de sua gestão ficasse só e com uma candidatura que nada tinha a ver com política de Barreiras, recebendo da população o quarto lugar. Fui eleita presidente e enquanto estive no cargo da mesma forma que agora, primo pelos interesses da população e da construção de uma relação que leve em conta os interesses coletivos. Nunca votei contra um projeto que o ex-prefeito enviasse à Câmara que fosse do interesse da sociedade, mesmo tomando a decisão de não apoiar mais a sua gestão e a candidata imposta por ele. Tanto foi que nos dois primeiros anos o ex-prefeito não problemas de governabilidade. Digo isso, pq não há relação de subserviência quando os poderes trabalham em harmonia e Saulo Pedrosa sabe bem disso. Não foi comigo que o seu mandato degringolou.
A vida é feita de opções e meu mandato não foi dado por Saulo, foi construído em 20 anos de militância nos sindicatos, nas associções, em porta de banco fazendo greve dos bancários por melhores condições de salário e trabalho, foi no meio da rua defendendo a causa da mulher, especialmente as que sofrem diariamente com a violência doméstica e familiar. Nada na minha vida, senhor Magdeburgês, foi fácil, foi construído com suor, luta, dificuldade e acima de tudo com garra e coragem que só cabem aos que não tiveram berço de ouro e que sabem que as portas não se abrem por meio de um bilhete de loteria e nem roubando ou traficando, e muito menos com "padrinhos políticos". Nunca precisei disso. É encarando as dificuldades e superando-as.
Não sou oportunista, o lugar que ocupo hoje na política de Barreiras e da região é o reconhecimento desta história. Tenho 20 anos de filiado e militante no mesmo Partido e defendo a bandeira que acredito. E estou sim, preparada para ser deputada. O parlamento não cabe apenas aos detém poder econômico e essa disputa quem decide é o povo e o voto na urna, e não a sua vontade em querer me desqualificar. Meu cerébro funciona perfeitamente a ponto de ter que responder um texto tão vil, asqueroso e preconceituoso como o senhor escreveu. Não aceito ser comparada a um animal irracional, especialmente cachorros, que no fundo é o que o senhor pensa o que sou na verdade. Sou mulher, ouso analisar politicamente e isso parece que ofende. Seja digno, se não me conhece para que possa me respeitar como política, ao me menos me respeite como ser humano, como mulher, como mãe e como cidadã. É o mínimo que se espera de quem se propõe a debater política e diz ter nível superior.
Kelly Magalhães
filha de lavadeira, formada em Letras pela Uneb e vereadora no segundo mandato como a terceira mais votada nas últimas eleições e mesmo contra a sua vontade, pré-candidata a deputada estadual.

domingo, 7 de março de 2010

O fracasso de Paulo Souto no Oeste e as asneiras faladas

A Caravana de Paulo Souto se revelou no que sente de verdade o povo do oeste a respeito do longo período em que seu grupo governou a Bahia: desprezo a quem nunca respeitou parte importante da Bahia. Durante o período do governo Paulo Souto, nunca se teve noticia de um secretário do seu governo que tivesse vindo a Barreiras tratar do menor dos problemas que nós enfrentamos. As estradas esburacadas, as escolas estaduais abandonadas nos municípios,e a grande maioria sem ver uma única escola de ensino médio construída para atender a demanda crescente de uma região punjante, o povo que viveu muitos anos carregando lata dágua na cabeça por não ter um programa estadual que priorizasse a mínima condição humana; e o que dizer dos 2 milhões de anlfabetos baianos deixados como herança dos 16 anos de poder do grupo hoje liderado por Paulo Souto?. É fácil culpar Jaques Wagner que só tem 3 anos de governo. E eles?Paulo Souto, Imbassay que depois que abandonou a barca do cabeça branca só amarga derrotas, o ilustre Zé Ronaldo e o "muito"? atuante deputado João Almeida atacaram bastante o governo Wagner e se esqueceram de dizer o que não fizeram pelo oeste em 16anos de poder.
Mas, sem dúvida nenhuma, perderam a oportunidade de ficarem calados diante de uma platéia mínima de 150 pessoas quando falaram da prefeita Jusmari. foi no mínimo rídiculo João Almeida atacar Jusmari por causa da campanha para deputado federal de Oziel Oliveira. O deputado disse que a prefeita quer eleger a família e pagou um dote pelo marido, dando a prefeitura e agora um mandato de deputado federal. Ele se esqueceu de olhar para os lados e para si próprio. Quem é Kaduda Braga? sobrinho de João Almeida em quem ele pega uma ponga para tentar angariar mais uns votinhos dos iludidos do oeste; sobrinho de Paulo Braga ex-prefeito e ex-deputado Federal e primo de Alberto Braga que também disputa um mandato de deputado estadual em dobradinha com a sogra Maria Luiza mulher de João Henrique, prefeito de Salvador e filho de Carlos Braga, candidato a vereador nas eleições passadas e vice-prefeito de Barreiras na gestão de Antonio Henrique. Quem é Herbert Barbosa? irmão de Zito Barbosa, prefeito de São Desidério e irmão do vice prefeito do mesmo município. Quem é Paulo Souto? ex-governador da Bahia que usou o poder para eleger com os votos do oeste o filho Fábio Souto deputado federal inexpressivo e por fim quem é ACM NETO? herdeiro do cabeça branca que queria a todo custo implantar uma capitania hereditária na Bahia e elegeu o neto e o filho para mandatos no parlamento federal; o filho, diga-se de passagem, é um senador sem votos e sem atuação. João almeida devia ter ficado calado; não ficou, mas o povo deu a resposta: platéia zero. Uma vergonha em Brejolândia, onde não conseguiu juntar 40 pessoas, uma vergonha em Barreiras só tinha 150 participantes no cerimonial Gil Grança, uma vergonha em Bainopólis e Santa Rita e acima de tudo, uma vergonha não ter discurso e atacar as pessoas.
Quem tem propostas e idéias apresenta, quem não tem fala das pessoas e ainda fala asneiras como foi falado em Barreiras. Depois de tantos anos, manipulando prefeitos, mandando e tratando como capachos as lideranças do oeste e de toda a Bahia, Paulo souto e seu grupo sentiu na pele o que é não ter poder e o pouquinho que tinha dos acreditavm ou tinham medo, agora, tomam coragem, e constroem a sua própria história.
O Oste vai votar em Oziel Oliveira, pela atuação da deputada Jusmari em 20 anos de mandato construídos ao seu lado e vai votar em Oziel Oliveira pelo desenvolvimento do Oeste a partir do municipio de Luis Eduardo Magalhães construída em sua gestão como prefeito e vai votar para dar uma resposta a quem em tantos anos teve votos no oeste e nos deixou no abandono sem nada fazer a não ser aparecer na copa do mundo para pegar mais votos. O OESTE EM 2010, será OK, será Wagner e será Dilma, João Almeida, para seu desgosto e sua ira, mas para o bem do povo e da nossa região.
Kelly Magalhães
Vereadora PCdoB

segunda-feira, 1 de março de 2010

8 DE MARÇO: 100 ANOS DE LUTAS E CONQUISTA, 100 ANOS DE LUTA PELA IGUALDADE!

Nos 100 anos desde a instituição da data, muitos lutas e muitas histórias como as que lhe deram origem se sucederam no mundo todo. Gerações de mulheres combateram a opressão e discriminação de gênero, muitas vezes sob as mais violentas formas de repressão, obtendo conquistas de grande vulto, que mudaram radicalmente o papel desempenhado pela mulher na sociedade na busca da superação dos conceitos históricos de inferioridade e submissão ao homem, ao mesmo tempo em que abriram caminho para a compreensão das causas de gênero.
No Brasil, as mulheres têm uma trajetória não menos vitoriosa. Conquistaram o direito ao voto, estão no mercado de trabalho, lutaram pela democracia nos longos anos da ditadura militar, lutaram pelos direitos humanos, combateram a violência de gênero, o desemprego e a precarização do modelo neoliberal. Foram às ruas e às urnas exigir a igualdade na lei e na vida.
Nesses 100 anos, inúmeras conquistas foram alcançadas, com destaques para a ampliação da licença maternidade. A proibição da discriminação sexual no trabalho, o direito à posse de terra em nome da trabalhadora rural, a lei Maria da Penha para o enfrentamento à violência doméstica.
Apesar dos avanços, ainda há muito que lutar. É preciso combater a desigualdade salarial, a dupla jornada, o assédio moral e sexual e a violência contra as mulheres.
O ideal proposto por Clara Zetkin, em 1910, foi dentro de uma perspectiva socialista. E, passados cem anos, essa chama continua acesa no coração e mente das mulheres que buscam a igualdade. Por isso é preciso mobilizar homens, mulheres e jovens para nas eleições gerais deste ano se posicionem firmemente em defesa da continuidade das mudanças, na busca de um projeto de desenvolvimento nacional que tenha como prioridade a consolidação da democracia, com vistas à ampliação da representatividade política das mulheres e eleger a primeira presidenta do Brasil!
VIVA O 8 DE MARÇO E AS MULHERES DE TODAS AS GERAÇÕES NA LUTA POR UM NOVO MUNDO DE IGUALDADE!
VIVA OS CEM ANOS DO 8 DE MARÇO. DIA INTERNACIONAL DA MULHER

É possível fazer política com 20 e poucos anos

Uma deputada federal que atualiza seu Twitter diretamente do Plenário via celular, que disponibiliza seu MSN para quem quiser entrar em contato e, de quebra, não faz a menor questão de ser tratada com a formalidade típica de políticos de alto escalão. Essa é Manuela d'Ávila, a gaúcha que, com apenas 28 anos conquistou seu espaço em Brasília, como representante oficial dos jovens brasileiros.


Manuela: O Brasil é definitivamente um país melhor
"Desculpa falar com você e comer uma fruta ao mesmo tempo. Se não for assim, fico sem almoçar", disse Manuela ao telefone, direto de seu gabinete. A deputada do PCdoB tem uma agenda agitadíssima, mas não hesitou em conceder a entrevista quando soube que o objetivo era falar com o público jovem.

Manuela, apesar de novinha, tem um currículo pra lá de invejável. Sua militância começou cedo, aos 17, quando resolveu cursar jornalismo na PUC e Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, simultaneamente. Nessa época, se envolveu no Diretório Acadêmico e não parou mais. Depois de formada, tornou-se vice-presidente da UNE e, em 2004, foi eleita vereadora pela cidade de Porto Alegre. Detalhe: foi a mulher mais votada naquele ano. E foi na reeleição do presidente Lula que Manuela foi escolhida para integrar o time de deputados federais. Ou seja, com apenas 24 anos ela já se preparava para levantar a bandeira da educação e das questões que envolvem a juventude de forma oficial. Seu mandato se encerra no fim deste ano, mas Manuela já está pronta para tentar a reeleição.

Confira os principais trechos da entrevista concedida ao site Oba-oba com a deputada que veio para mostrar que a idade não é um fator relevante na hora de fazer política.

Oba-oba: Qual foi o papel da internet durante suas campanhas?
Manuela D'Ávila: Trabalhamos sempre de uma forma diferente, com uma forte atuação pela internet, que em um primeiro momento chegava a ser novidade. Somos a geração da internet, faz parte do dia-a-dia da maioria dos jovens, portanto, o uso de ferramentas de internet e mídias sociais faz parte da postura jovem, é natural. Acredito que o uso disso me ajudou muito nas campanhas, entre outras ferramentas.

Oba-oba: Você acredita que o espaço para jovens na política está aumentando?
MDA: Eu diria que está crescendo, mas não na velocidade e tamanho necessários. Ainda falta muito. A questão é que, apesar de muita gente não saber, temos vários políticos jovens tentando fazer política. O erro deles, no entanto, está em deixar de ser jovem. Eu continuei como sou e as pessoas aprenderam a aceitar. Tenho muitos votos de terceira idade, por exemplo, afinal essas pessoas têm netos, o que acaba proporcionando essa identificação. Não adianta você ser jovem e ter atitude similar a de todos os que estão atuando na política.

Oba-oba: O que falta para que esse espaço se amplie?
MDA: Existem muitos partidos conservadores e isso afasta os jovens. Outra coisa: jovens políticos não têm espaço para campanha na televisão. Chegamos à questão das cotas, há uma lei, por exemplo, que determina que 30% dos políticos do país devem ser mulheres. Por que não uma cota para jovens? Ou um outro exemplo, você só pode se candidatar a uma vaga no Senado se tiver mais de 35 anos. Quem falou que a idade te impede de assumir um mandato destes? As opiniões são diferentes e isso vai além do partido, mas não deve ser uma justificativa para afirmar que o jovem não tem condições de assumir tais responsabilidades. Precisamos de uma reforma política urgente, para que situações como essas sejam tratadas de forma diferente. Além disso, não basta militar, se manifestar, os jovens devem elaborar mudanças, aparecer com propostas de fato. A reforma do sistema tem que incluir os jovens.

Oba-oba: Existe muito preconceito entre os políticos mais velhos?
MDA: Bom, quando eu concorri à prefeitura de Porto Alegre, em 2008, um dos meus adversários criou uma charge onde eu era uma criancinha com um urso na mão, entregando um papel para um adulto, como se fosse um boletim. Ou seja, esse era e continuará sendo o principal argumento dos meus adversários: a minha idade. A ideia é mostrar para as pessoas que uma candidata nova não daria conta, mas meu caminho político fala por si só. Isso não deveria ser um critério... O fato de eu estar filiada ao PCdoB há 11 anos poderia ser um critério, por exemplo. Enquanto muitos políticos vivem trocando de partido, eu me mantive fiel.

Oba-oba: Qual a sua análise do governo Lula?
MDA: O Brasil é definitivamente um país melhor. O presidente Lula vai entregar um Brasil completamente diferente do que ele recebeu. Somos uma nação mais democrática, uma sociedade que se manifesta com mais liberdade. Não podemos ignorar o fato de ele ter diminuído os índices de desigualdade social e a significante geração de empregos, mesmo em período de crise. No Prouni, por exemplo, são mais de 500 mil pessoas incluídas, parece pouco, mas é muito. Temos um país soberano, é bom ver o Brasil e ter orgulho. Quando eu era adolescente, ouvia música norte-americana e usava camisetas com a bandeira dos Estados Unidos. Hoje em dia, tudo que é brasileiro é mais valorizado, a própria música, o samba, as Havaianas... Ele resgatou o patriotismo nos brasileiros, por razões concretas, e isso tem uma profunda relação com a política externa nacional. Apesar de não ser do mesmo partido que eu, tenho uma enorme admiração pelo presidente Lula e fico emocionada quando ele diz que é o presidente que nunca estudou e que mais construiu escolas técnicas e universidades. Acho que ele sabe bem o valor disso, já que não teve acesso.


Oba-oba: Apontaria fatores negativos do governo dele?
MDA: Acho que a relação com o Congresso poderia ser melhor do que é, apesar de saber que não é tão simples assim. Temos uma caminhada muito grande, é o começo da formação de um Brasil acima das expectativas.

Oba-oba: Você já foi vice-presidente da UNE, portanto, gostaria de saber a sua opinião em relação ao Movimento Estudantil nos dias de hoje.
MDA: Eu penso no Movimento Estudantil dividido em duas fases: durante o período da ditadura militar e agora, na democracia. Acho muito injusto a forma como tratam o Movimento atualmente. Na minha opinião, grande parte das críticas tem a ver com a falta de entendimento dos limites de hoje. O Movimento luta em várias frentes e as pessoas nem imaginam, não ficam sabendo, como a história da reserva de vagas. Foram dez anos de luta e poucos sabem o quanto foi difícil. Ou a proposta que tramita agora nas Casas, para que 50% dos lucros obtidos no programa do pré-sal sejam destinados exclusivamente à educação. Acho impossível comparar o Movimento Estudantil dos anos 1970 e de hoje em dia. É injusto com as duas gerações. Não se constrói um país apenas gritando alto, precisamos de propostas, de gritos e propostas, e a UNE é umas das entidades mais propositivas. Esse saudosismo dos estudantes da ditadura é errado, eles lutaram e sofreram para que nós pudéssemos viver a democracia de hoje. Admiração e respeito são fundamentais.

Oba-oba: Como é a Manuela na vida pessoal? Você consegue conciliar os compromissos diplomáticos com o seu dia-a-dia jovem?
MDA: Olha, no começo eu penei um pouco, sempre fui muito workaholic, mas hoje sei bem como equilibrar as coisas. Passo a semana toda em Brasília, longe dos meus amigos, então quando eu tenho a oportunidade, aproveito. Aprendi também a separar os tempos e me acostumar com algumas situações. É engraçado, as pessoas me encontram num show por exemplo, e querem conversar comigo sobre política. Eu gosto de sair pra dançar, adoro MPB e samba, inclusive minha escola de samba ganhou este ano, a Imperatriz Dona Leopoldina. O segredo está no equilíbrio mesmo.


Fonte: site Oba-oba