quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Aquecimento global: ricos contra pobres em Copenhague

O velho roteiro já observado em outras reuniões internacionais para tratar dos problemas do meio ambiente repete-se na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 15) que reúne em Copenhague, entre 7 e 18 de dezembro, representantes de 192 países. Lá, as nações ricas sinalizaram, mais uma vez, a vontade de manter seus privilégios e impor aos demais, pobres e em desenvolvimento, a conta para limpar a atmosfera. Sujeira proveniente da maneira como está organizada a produção (capitalista), com matrizes energética (baseadas principalmente na queima de combustíveis fósseis) e de transporte (com ênfase no automóvel e no transporte individual) e também de seu padrão perdulário de consumo dos países ricos.

Uma historieta, difundida pelos negociadores brasileiros, ilustra a forma desigual e injusta com que os países ricos querem dividir as responsabilidades: um grupo vai a um restaurante, onde come e bebe à vontade; outro grupo chega mais tarde, na hora do cafezinho. Mas quando chega a conta, os primeiros querem dividi-la de forma igual entre os que comeram e os que apenas tomaram o café.

É uma metáfora das propostas dos países ricos: eles poluem a atmosfera há dois séculos e meio, desde a revolução industrial. Construíram sociedades de abundância sem levar em conta os riscos ambientais. Os países em desenvolvimento estão chegando agora ao limiar de um padrão de bem estar social para seus povos, enquanto os países pobres ainda permanecem longe disso. Mesmo assim, aqueles que se industrializaram há mais tempo querem impor suas responsabilidades aos demais.

O volume per capita das emissões é uma boa medida das responsabilidades, históricas e atuais, dos ricos pelas agressões ambientais. Os EUA estão disparados na frente, com 19 toneladas anuais por habitante (quase cinco vezes a média mundial, que é de 4 toneladas). Abaixo estão o Japão (10 toneladas por habitante, ou 2,5 vezes a média mundial) e a União Européia (oito bilhões por pessoa, ou duas vezes a média mundial). Os países em desenvolvimento ficam distantes: a China com 2,5 toneladas por habitante, o Brasil com duas toneladas e a Índia com uma - todos muito abaixo da média mundial.

Por isso causou escândalo a revelação, feita pelo jornal inglês The Guardian, de um texto preparado pelos governos da Dinamarca (onde a conferência ocorre), EUA e União Européia, jogando o peso da conta ambiental sobre os países pobres e em desenvolvimento, afastando-se das decisões tomadas em Quioto há mais de uma década, que reconheciam as responsabilidades maiores dos países ricos. A proposta divulgada pelo The Guardian exclui compromissos financeiros dos países ricos mas prevê metas obrigatórias de redução de emissões para os demais. É um documento "desequilibrado", acusou o embaixador brasileiro Sergio Serra. Ele "rouba dos países em desenvolvimento a sua parte justa e correta do espaço atmosférico. Ele tenta tratar os países ricos e pobres como iguais", disse o sudanês Lumumba Di-Aping, presidente do G77, grupo que reúne 133 nações em desenvolvimento.

Os problemas ambientais tratados em Copenhague são graves e exigem solução urgente. Mas os países ricos mostram, de novo, que sua preocupação com estas questões esconde outra, de caráter geopolítico: a ambição de desacelerar o desenvolvimento dos países mais pobres para manter o status quo no mundo, com sua distribuição desigual de riquezas e poder. Os ricos não aceitam mudar esse quadro, mas é disto que se trata, e é por isso que os ricos insistem em impor sua própria visão sobre a limpeza do planeta, insistindo em repartir de forma igual responsabilidades que são, principalmente, deles.

2 comentários

Serra ao anunciar a chapa com Arruda: vote num careca e ganhe dois

O Conversa Afiada exibe o vídeo do Alexandre Maluf Garcia, que lança oficialmente a chapa Serra-Arruda:

Ciro
Enviado em 03/12/2009 às 0:34

Olha PHA:

Serra e Arruda JUNTOS!!!!!!!!!!!!!


7 de Dezembro de 2009 - 0h00
O escândalo do panetone e a análise enfadonha da mídia
Carlos Pompe *
O mais recente escândalo político, desta vez envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), demonstrou, mais uma vez, a dubiedade da mídia. O tratamento dado ao fato desmerece e condena a atividade política. Apesar das loas, repletas de lugar comum, à liberdade, o trabalho da mídia tem contribuído mais para o desgaste da democracia do que para o seu aperfeiçoamento.

No escândalo dos panetones (Arruda jura de pés juntos que o filme que o flagra recebendo dinheiro “não contabilizado” – digamos assim – foi usado para comprar panetones a serem doados aos pobres) quem ficou sujo na roda, além dos envolvidos, foi o Correio Braziliense, que se fez mais porta-voz do governador e chegou a ocultá-lo na manchete do primeiro dia do escândalo (”GDF e Distritais são alvo de investigação”). Como os principais meios de comunicação têm sucursal ou jornalistas na capital federal, contrastou visivelmente o tratamento do Correio e o dos outros jornais.

O Judiciário tem sido mais preservado pela mídia, talvez por temor das barras dos tribunais. Mas os meios de comunicação, o mais das vezes, reduzem o papel do Parlamento, em especial, e do Executivo a estereótipos, a relações, não de política, mas de negociatas. E como não há como desvincular a atividade política dos embates de classe, onde se destacam os conflitos econômicos, os flagrantes em que o poder do capital se faz presente ganham relevo. Notas de dinheiro vão parar nas cuecas, meias e bolsos de agentes políticos de variadas tendências partidárias, e “todos os políticos – e a atividade política – são sujos”…

Num estágio civilizacional em que é preponderante o monopólio econômico, inclusive da mídia, os receptores da comunicação são bombardeados por inúmeros analistas e formadores de opinião. Porém todos expondo, no essencial, as mesmas concepções. Assim, o telespectador assistirá, na Rede Globo, um âncora dizendo que o problema da política é a falta de ética e que a questão econômica é garantida pela liberdade de mercado. O leitor da Veja vai encontrar artigos de colunistas conceituados usando estilos diferentes mas registrando as mesmas ideias sobre a ética na política e a liberdade no mercado. Quem sintonizar a Rádio Band ouvirá locutores, cada qual com seu talento, martelando esses mesmos conceitos. As abordagens são plurais, mas o pensamento é único. Assim se constrói e se impõe a ideologia do capitalismo contemporâneo.

Jean-Marc Ferry considera que a atual concepção de liberdade de expressão é associada à liberdade de expressão dos conglomerados de comunicação e de seus jornalistas e analistas. Essa noção serve, segundo esse filósofo francês, apenas aos interesses econômicos das empresas privadas de comunicação que defendem, na realidade, “uma liberdade privada, pois é a liberdade de expressão dos patrões e dos jornalistas somente” – e eu acrescento, dos jornalistas que esposam as concepções e a ideologia de seus patrões monopolistas da mídia.

Opiniões que vão para além, ou que contestam, que o grande problema político de nosso tempo é a “ética”, ou que o desafio econômico vital de nossa era é a garantia do livre mercado, opiniões que contrariam esses dogmas não encontram guarida ou são ridicularizadas na mídia monopolista. Para estes prosadores da contracultura não há liberdade de expressão. Ou melhor, há. Mas desde que confinados ao gueto da “imprensa alternativa” ou dos desacreditados “veículos de esquerda”.

E que venha o próximo escândalo, pela esquerda ou pela direita, pelos governistas ou pela oposição. Serão todos monotematicamente tratados como “problema moral, ético”, fruto da ação de “políticos sujos”. Nada que desnude os profundos interesses de classe e os conflitos partidários e ideológicos que são seu verdadeiro pano de fundo.



Jornalista e curioso do mundo.

O DEMsalão, o mensalão do PT, o mensalão do PSBD e a política

Que tristeza, que vergonha e que nojo, o caso do mensalão em Brasília. infelizmente, casos como esse e os demais na história recente da política brasileira, contribrum ainda mias para piorar a imagem da classe política especialmente daqueles que tem propostas e atuação séria, que lamentavelmente são jogados na vala comum da politicalha que assola a naçao.
É preciso sair da discurso rídiculo que tomou conta da altas rodas dos intelectuais de que agora o jogo é zero a zero. PSDB não pode mais atacar o PT e vice versa. È triste e urge uma profunda reforma política que tenha o finaciamento público das campanhas como tema principal e esclareça para o povo o que significa e qual a diferença que isso pode trazer para os cofres públicos.
O PSBD e FHC são sem dúvida nenhuma os mentores do mensalão ou já tá esquecido de como foi aprovada a reeleiçao de Fernasndo Henrique Cardoso? quem não se lembra de do dep. Ronivon Santiago e da propina de R$200,000,00 para votar a favor da Emenda da reeleição? infelizmente, setores do PT usaram da prática e se deram mal o preço pago foi alto e acabou por nivelar por baixo todos os políticos, contribuindo para dar ao PFL, hoje pomposamente DEMOcrata um discurso que nunca teve:o da moralidade e o combate a corrupção. Não durou muito, o PANETONE DE ARRUDA revelou a verdade.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Universidade Federal do Oeste - a conquista de um povo

Na coluna Tempo Presente do Jornal A Tarde do dia 25/11, o texto de Levi Vasconcelos sobre o atraso universitário da Bahia, retrata muito bem a situação de completa ausência política do oeste no cenário estadual e federal.
Com capacidade para funcionar independente e sair da condição de Campus da UFBA, a futura universidade Federal do Oeste, precisa apenas de ação política e comprometimento da bancada baiana para sair do Ministério da Educação onde está empacada para ir para a Casa Civil. infelizmente, falta deputados da região que saibam reconhecer o valor de um povo que é o verdadeiro responsável pelo crescimento da região mas, que no quesito representação política, ainda deixa a desejar, votando muitas vezes em candidatos que além de não terem compromissos nenhum com a nossa história, sequer tem compromissos com os seus mandatos exercendo apenas por poder ou outros privilégios que o cargo oferece. Portanto, para muitos, tanto fez ou tanto faz ter uma Universidade federal ou não no oeste. Faço ressalvas e reconheço que a existência do Campus da UFBA foi uma ação política articulada e envolveu diversos Partidos dentre os quais o PC do B, que através da deputada Alice empenhou
R$200,000,00 de Emenda individual para garantir a efetivação do Campus. Mas é hora de nos firmamos e escrevermos nossa própria história e lutarmos pelo nosso desenvolvimento, fortalecendo nossa representação política em Brasília e Salvador.
A luta pela criação da UFOB não pode parar, é preciso unir esforços e fazer com que o MEC e o ministro Fernando Hadad reconheça o valor da Bahia no cenário nacional e avance na ampliação do ensino superior federal. A Bahia, que só tinha a UFBA, hoje conta com a UFRB e nossa UFOB na espera. É muito pouco para um estado do tamanho do nosso e uma enormidade para nossa região, que tanto sonha e espera. Continuamos a nossa luta e nossa ação prática para que o sonho se realize.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Toda nudez dará lucro

Uma garota, Geisy Arruda, resolveu exercer seu direito de ser insinuante na escola que frequenta. Com a ideologia reacionária que anda lavando o cérebro de boa parte dos jovens, só não foi apedrejada numa faculdade na Grande São Paulo, como a Madalena dos Evangelhos quase o foi, porque almas generosas chamaram a polícia.


A direção do estabelecimento de, desculpe a má palavra, “ensino”, em vez de punir os marginais, expulsou a estudante. Uma colega da estudante chegou a dizer que ela envergonhava o Curso de Turismo, que faz na tal empresa, Uniban. Na verdade, o episódio envergonha o tipo de ensino ministrado nessa casa de negócios, em especial o curso de Direito, tal a trapalhada jurídica e de valores em que a direção da Uniban se meteu (o que ensinará aos bacharéis?).

Graças à ação de pensantes, indignados com a postura da universidade e dos machistas de ambos os sexos, a Uniban recuou de sua decisão. Sua reputação, porém, ficou maculada. Não estamos mais na Idade Média, estamos no capitalismo!

Quando analisou este sistema econômico em que vivemos, o pensador alemão Karl Marx chamou a atenção para o fato de que o capitalista tem um peculiar toque de Midas: tudo em que ele põe a mão vira mercadoria. Assim é com o ensino e assim é também com as agruras e desatinos que o próprio capitalismo deflagra. Neste caso da estudante, empresários já investem em como tirar lucro do episódio.

Roni Argalji, presidente da Duloren, que já usou Dercy Gonçalves aos 93 anos, como modelo, deseja que Geisy atue como garota-propaganda de lingerie na próxima campanha de sua grife. Quer os anúncios ainda este ano, a tempo de faturar nas vendas natalinas: "Eu e ela temos que aproveitar esse momento", diz.

Geisy seria (ou será, as negociações estão em andamento) filmada usando uma lingerie vermelha, cercada por figurantes que representarão os canalhas que quiseram agredi-la na Uniban. "Será a multidão em volta, assediando. E ela sem medo, mantendo sua posição diante daqueles ‘dromedários’, como foi na faculdade", diz Argalji, o Midas do século XXI. – Na vida real é bom ter medo, pois os “dromedários” podem estuprar e até matar a moça provocante que desfila em sua frente.

Já a Casa do Saber, em São Paulo, aproveitou o episódio para vender o curso Moda; História da Minissaia, ministrado pelo professor João Braga. Diz o prospecto: “Usada por mulheres (e até por homens) que deixam pernas e coxas à mostra, ontem e ainda hoje, é motivo e convite a uma reflexão”.

Também de olho no bolso de mentes conspícuas com o acontecimento, o diretor de redação da Playboy, Edson Aran, idealiza um ensaio com a estudante na sua revista. Estudantes machistas da Uniban poderão, se o projeto da revista se concretizar, ver no recôndito de seus quartos ou banheiros o que seus olhos e mentes temem testemunhar diante do testemunho público.

Já há quem fale, revelando certo preconceito com relação à garota, que ela fez de caso pensado o seu desfile provocante na Uniban. Seria acreditar que ela tinha noção da dimensão e repercussão que o caso assumiria, inclusive da reação bestial dos estudantes e estúpida da direção do estabelecimento. E que seu nome, Geisy, foi escolhido de caso pensado para este momento de brilho da moça, já que significa esplendor, em alemão.

Fico com Ovídio, o poeta latino que viveu de 43 a.C a 17 d.C e dizia: "O acaso é sempre poderoso. Mantenha o anzol sempre pronto. No instante mais inesperado, você encontrará o peixe". O Midas capitalista mantém o anzol pronto. Fisga assim suas mercadorias, digo, seus peixes.

Carlos Pompe
* Jornalista e curioso do mundo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

José Dirceu: nas eleições 2010, Folha e Globo podem reeditar 1989

Dois jornalões brasileiros, a Folha de S.Paulo e O Globo gastaram muito papel e tinta no fim de semana (edições de domingo, 15.11) para resgatar a memória das eleições presidenciais de 1989. Foram as primeiras realizadas no país após 25 anos em que a ditadura militar impôs as indiretas com as quais colocou no Palácio do Planalto cinco marechais e generais-presidentes, além de três oficiais-generais integrantes de uma Junta Militar.

Por José Dirceu, em seu blog
A Folha se limitou mais a um registro, ainda que interpretativo do jornalista Fernando Rodrigues. O Globo fez uma memória de quatro páginas com viés negativo para todos, mas principalmente para o presidente Lula, já que a tônica é que este foi adversário — arquiinimigo, diz o jornal — dos ex-presidentes Fernando Collor de Mello e José Sarney, hoje aliados de seu governo.

A memória e o resgate são válidos, mas o único fato que vale a pena destacar das eleições presidenciais de 1989, os dois jornais não podem ou não tem coragem de assumir: eles apoiaram Collor, que só foi eleito porque contou com o apoio da mídia. aliás, o próprio Collor agora admite isso.

Naquela campanha e eleição daquele ano, ela fez de tudo, sem nenhum limite ético, para derrotar Lula e eleger Collor. A mídia é, assim, a única responsável pela sua eleição junto com o grande empresariado.

Reedição

Preparamo-nos para nova eleição, a sexta desde que as diretas foram restabelecidas para presidente e agora, vivemos situação idêntica à de 20 anos atrás, em que vale tudo de novo na mídia.

Estão de volta até seus ventríloquos — como o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), com muitas falas em O Globo, ontem — para repercutir e repetir que a única consequência, ou a mais importante que ele destaca do pós-1989, é o apoio que os ex-presidentes Fernando Collor e José Sarney, agora senadores, dão hoje ao governo do presidente Lula.

O Globo não foi capaz — não quis ou não lhe interessava, o que é mais óbvio — de publicar uma palavra, de recuperar o apoio dos tucanos ao governo Collor quando todos sabem, é só puxar um pouco pela memória, para lembrar que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (então no Senado) e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) quase foram ministros de Collor.

Só não foram ministros porque o companheiro deles, então senador Mário Covas (PSDB-SP), contrário a esse apoio, criou uma situação constrangedora que os impediu. E o apoio deles, e de todo o tucanato ao governo José Sarney? Naquelas duas ocasiões, o PT e Lula estavam e continuaram na oposição.

A mídia elege Collor

O agora senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) não quis falar ao O Globo sobre sua eleição para presidente em 1989, mas em compensação rasgou o verbo para Haroldo Cervalo Sereza na série especial do UOL a respeito, numa entrevista em que colocou muitos dos pingos nos is sobre sua vitória naquele pleito de 20 anos atrás.

À série especial do UOL, o agora senador alagoano foi franco e o online utilizou no título: "Relação com a Globo 'ajudou bastante', lembra Collor". O ex-presidente recorda, ainda, que sua candidatura era vista com simpatia também pelos outros grupos de mídia.

"Havia receio dos meios de comunicação de um eventual governo comunista", admite Collor, acentuando que o candidato da mídia seria o senador Mário Covas (PSDB-SP), mas ele "não decolou". Sua candidatura ganhou simpatia, então, conclui Collor, "porque não havia alternativa" para a mídia e setores conservadores.

Azenha: a cara de pau de Josias de Souza (e o filho de FHC)

O texto de Josias de Souza sobre a decisão de FHC de reconhecer o filho com a jornalista da TV Globo omite todas as questões essenciais:
1. Por que a mídia poupou FHC durante 18 anos, se o nascimento do filho era um segredo de Polichinelo?

Por Luiz Carlos Azenha, no Vi o Mundo
2. Por que soubemos do filho de Renan Calheiros com uma jornalista quando a criança era bebê, mas do filho de FHC só soubemos "oficialmente" depois de 18 anos?

3. Por que soubemos da suspeita de que uma empreiteira ajudava a sustentar o filho bebê de Renan Calheiros mas nada soubemos sobre quem pagou as contas do filho de FHC durante 18 anos?

4. Quem pagou para manter o filho e a mãe do filho de FHC exilados na Europa durante 18 anos?

5. FHC comprou o silêncio da mídia?

6. A Globo recebeu vantagens para exilar mãe e filho na Europa?

7. O senador FHC exilou mãe e filho para poder concorrer à Presidência?

O texto de Josias de Souza a respeito é um exemplo acabado de jornalismo vagabundo. Ele apresenta um elenco de casos históricos, a maioria dos quais não tem qualquer similitude com o de FHC.

Ele não diz que a "aventura" de Lula foi de um homem então viúvo e que o Jornal Nacional, em 1989, colocou no ar uma reportagem com Miriam, a mãe de Lurian, acusando Lula de ter pedido que ela abortasse a filha, denúncia depois incluída também na propaganda eleitoral de Fernando Collor de Melo. Na ocasião, o jornal O Globo chegou a escrever um editorial pregando que o eleitor tinha "O Direito de Saber".

Ninguém, de fato, está livre de seus "impulsos biológicos". Porém, pessoas distintas reagem de formas distintas. Alguns dão nome aos filhos, outros permitem que a criança seja registrada como de pai desconhecido (FHC), exilam mãe e filho na Europa (FHC) e contam com o acobertamento da mídia durante 18 anos (FHC).

Por quê?

Segue o texto:


FHC vai reconhecer filho que teve fora do casamento

Por Josias de Souza, em seu blog

Fernando Henrique Cardoso decidiu reconhecer formalmente o filho que teve com a jornalista Mirian Dutra, da TV Globo. Deve-se a informação à repórter Mônica Bergamo. A notícia encontra-se nas páginas da Folha, edição deste domingo (15). Tomas Dutra Schmidt tem, hoje, 18 anos. Depois de consultar advogados, FHC voou, na semana passada, para Madri. É na capital espanhola que reside Miriam Dutra. Ouvido, FHC negou que tenha viajado para cuidar do papelório do filho.

Apresentou como motivo da viagem uma reunião do Clube de Madri. Procurada, Miriam resguardou-se: "Quem deve falar sobre este assunto é ele e a família dele. Não sou uma pessoa pública". A repórter e o ex-presidente tiveram um caso amoroso na década de 90. Ele era senador. Ela trabalhava na sucursal brasiliense da TV Globo. Do relacionamento resultou um filho. Nasceu em 1991. FHC e Mirian acordaram guardar segredo do episódio, mantendo-o na seara privada.

FHC era casado com Ruth Cardoso, com quem tivera outros três filhos: Luciana, Paulo Henrique e Beatriz. Em 1992, Miriam deixou o Brasil. Virou “correspondente” da Globo em Lisboa. Antes de assentar-se em Madri, passara por Barcelona e Londres. Em 1993, convertido em ministro da Fazenda de Itamar Franco, FHC viu o sigilo sobre o filho extraconjugal converter-se num segredo de polichinelo. O nome de Thomas já corria de boca em boca nos subterrâneos da política. A despeito disso, Miriam sempre guardou zeloso silêncio.

FHC não se furtou a contribuir financeiramente para o sustento de Tomas. No curso dos dois mandatos como presidente, encontrou Tomás uma vez por ano.

Fora do Planalto, FHC passou a encontrar-se com o filho mais amiúde. No ano passado, participou da formatura de Tomas no Imperial College, em Londres. Hoje, Tomas mora nos EUA. Estuda Relações Internacionais na George Washington University. Informações de alcova sempre se imiscuíram no cotidiano da política.

Nos EUA, Clinton viu-se imerso numa crise nascida de um caso com uma ex-estagiária da Casa Branca. Antes, houve Kennedy, que se dividira entre Jacqueline e Marilyn. Houve também Roosevelt, que oscilara entre Eleanor e uma secretária. Na França, só à beira da morte Mitterrand trouxera à luz a amante Anne Pingeot, reconhecendo-lhe a filha. Entre nós, histórias de lençol são injetadas na biografia de homens públicos desde o Império.

Dom Pedro 1º impôs à imperatriz Leopoldina a marquesa de Santos, sua amante. Livro de João Pinheiro Neto menciona o amor secreto de Juscelino por Maria Lúcia Pedroso. Os diários de Getúlio Vargas falam de uma "bem-amada." Em 89, Collor trouxe para o centro da arena eleitoral Lurian, filha de uma aventura de Lula. Os petistas reclamaram da "baixaria". E logo se descobriria que Collor recusava-se, ele próprio, a emprestar o nome a um filho gerado fora do casamento.

No início de agosto de 1998, o PDT, então incorporado à coligação que dava suporte à candidatura presidencial de Lula, recorrera ao mesmo expediente sujo. O partido de Brizola, vice na chapa do PT, lançara em sua página na internet artigo sobre o filho de FHC com a jornalista. Diferentemente do que ocorre nos EUA, no Brasil a conduta sexual não costuma ser levada em conta na hora da escolha de um presidente. Melhor assim, diga-se. O político, como o advogado, o jornalista, o operário ou qualquer outro, não está livre de seus impulsos biológicos.

É tolice associar a pulsão sexual ao desempenho funcional. Busca-se um presidente, não um santo. Apesar disso, os políticos brasileiros sempre hesitam em reconhecer a paternidade de filhos gerados fora do casamento. No caso de FHC, a hesitação durou quase duas décadas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

o caso Geyse e o preconceito contra as mulheres

Depois de decadas de uma luta histórica em as mulheres foram para as ruas queimar sutiã pra ter direitos como cidadã, nada mais estarrecedor do que uma mulher perseguida por usar minissaia na faculdade.
O caso da estudante Geyse choca demais tanto por se tratar de um um preconceito que merece sim a alcunha de CAFONA, como demonstrou que a luta das mulheres tem que continuar e mais forte ainda. Geyse foi humilhda,constrangida, agredida fisica e moralmente por causa da roupa que usava.
È preciso analisar esse quadro como a mais violenta agressaõ contra a mulher. Uma violencia que afeta a integridade do corpo, o estado psiquico e emocional e infelizmente, uma violencia estrutural decorrente de um sistema politico, economico e social que mantem a opressão de determindas pessoas as quais se negam direitos e que serve de base à violencia presente no cotidiano. Geyse teve seus direitos negados por quem lhe deveria proteger: a UNIBAN que pode muito bem ser chamada de UNIBANDO de atrasados.
O caso chamou a atencao do mundo e para os que lutam pelos direitos das mulheres, mostrou a que é preciso continuar buscando melhores condiçoes para os enfrentamentos de gênero abraçando a bandeira da ruptura com uma sociedade opressora e exploradora na busca da solidariedade socialista. Esse é o caminho. Mulheres, à luta sempre!GEYSE, minha solidariedade e viva a minissaia!

A burrice de Caetano Veloso

Caetano veloso se exacerbou na sua fala preconceituosa e carregada de um sentimento antilula. Infelizmente, para um artista consagrado que viveu os rigores de um periodo negro da nossa história sendo exilado, por defender um pais livre e democratico, Caetano demonstrou que depois que saiu da Bahia, deixou para tras os valores de uma baianidade que sofreu e sofre até hoje os piores preconceitos que associa o modo de falar dos baianos com analfabetismo,ignorancia e subdesenvolvimento. A globo que adora ridicularizar os bainos e nordestinos exibe no horário das sete uma novela que mostra um baiano de fala ridicula e corno pra variar. Esse é o desenho que o sudeste de Serra e etc desenha de nós, incluindo o prórpio Caetano, naõ raras vezes é parodiado da forma mais perversa possível.Caetano só se esqueceu de reconhecer que o nordeste e a Bahia produz o tem de melhor na cultura brasileira e deu ao país e ao povo sofrido do nordeste o melhor presidente da história política recente:LULA.
Pra finalizar, nada mais cafona do que a palavra cafona usada por Caetano, Nem se usa mais só Caetano pra variar.