quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Aquecimento global: ricos contra pobres em Copenhague

O velho roteiro já observado em outras reuniões internacionais para tratar dos problemas do meio ambiente repete-se na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 15) que reúne em Copenhague, entre 7 e 18 de dezembro, representantes de 192 países. Lá, as nações ricas sinalizaram, mais uma vez, a vontade de manter seus privilégios e impor aos demais, pobres e em desenvolvimento, a conta para limpar a atmosfera. Sujeira proveniente da maneira como está organizada a produção (capitalista), com matrizes energética (baseadas principalmente na queima de combustíveis fósseis) e de transporte (com ênfase no automóvel e no transporte individual) e também de seu padrão perdulário de consumo dos países ricos.

Uma historieta, difundida pelos negociadores brasileiros, ilustra a forma desigual e injusta com que os países ricos querem dividir as responsabilidades: um grupo vai a um restaurante, onde come e bebe à vontade; outro grupo chega mais tarde, na hora do cafezinho. Mas quando chega a conta, os primeiros querem dividi-la de forma igual entre os que comeram e os que apenas tomaram o café.

É uma metáfora das propostas dos países ricos: eles poluem a atmosfera há dois séculos e meio, desde a revolução industrial. Construíram sociedades de abundância sem levar em conta os riscos ambientais. Os países em desenvolvimento estão chegando agora ao limiar de um padrão de bem estar social para seus povos, enquanto os países pobres ainda permanecem longe disso. Mesmo assim, aqueles que se industrializaram há mais tempo querem impor suas responsabilidades aos demais.

O volume per capita das emissões é uma boa medida das responsabilidades, históricas e atuais, dos ricos pelas agressões ambientais. Os EUA estão disparados na frente, com 19 toneladas anuais por habitante (quase cinco vezes a média mundial, que é de 4 toneladas). Abaixo estão o Japão (10 toneladas por habitante, ou 2,5 vezes a média mundial) e a União Européia (oito bilhões por pessoa, ou duas vezes a média mundial). Os países em desenvolvimento ficam distantes: a China com 2,5 toneladas por habitante, o Brasil com duas toneladas e a Índia com uma - todos muito abaixo da média mundial.

Por isso causou escândalo a revelação, feita pelo jornal inglês The Guardian, de um texto preparado pelos governos da Dinamarca (onde a conferência ocorre), EUA e União Européia, jogando o peso da conta ambiental sobre os países pobres e em desenvolvimento, afastando-se das decisões tomadas em Quioto há mais de uma década, que reconheciam as responsabilidades maiores dos países ricos. A proposta divulgada pelo The Guardian exclui compromissos financeiros dos países ricos mas prevê metas obrigatórias de redução de emissões para os demais. É um documento "desequilibrado", acusou o embaixador brasileiro Sergio Serra. Ele "rouba dos países em desenvolvimento a sua parte justa e correta do espaço atmosférico. Ele tenta tratar os países ricos e pobres como iguais", disse o sudanês Lumumba Di-Aping, presidente do G77, grupo que reúne 133 nações em desenvolvimento.

Os problemas ambientais tratados em Copenhague são graves e exigem solução urgente. Mas os países ricos mostram, de novo, que sua preocupação com estas questões esconde outra, de caráter geopolítico: a ambição de desacelerar o desenvolvimento dos países mais pobres para manter o status quo no mundo, com sua distribuição desigual de riquezas e poder. Os ricos não aceitam mudar esse quadro, mas é disto que se trata, e é por isso que os ricos insistem em impor sua própria visão sobre a limpeza do planeta, insistindo em repartir de forma igual responsabilidades que são, principalmente, deles.

2 comentários

Serra ao anunciar a chapa com Arruda: vote num careca e ganhe dois

O Conversa Afiada exibe o vídeo do Alexandre Maluf Garcia, que lança oficialmente a chapa Serra-Arruda:

Ciro
Enviado em 03/12/2009 às 0:34

Olha PHA:

Serra e Arruda JUNTOS!!!!!!!!!!!!!


7 de Dezembro de 2009 - 0h00
O escândalo do panetone e a análise enfadonha da mídia
Carlos Pompe *
O mais recente escândalo político, desta vez envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), demonstrou, mais uma vez, a dubiedade da mídia. O tratamento dado ao fato desmerece e condena a atividade política. Apesar das loas, repletas de lugar comum, à liberdade, o trabalho da mídia tem contribuído mais para o desgaste da democracia do que para o seu aperfeiçoamento.

No escândalo dos panetones (Arruda jura de pés juntos que o filme que o flagra recebendo dinheiro “não contabilizado” – digamos assim – foi usado para comprar panetones a serem doados aos pobres) quem ficou sujo na roda, além dos envolvidos, foi o Correio Braziliense, que se fez mais porta-voz do governador e chegou a ocultá-lo na manchete do primeiro dia do escândalo (”GDF e Distritais são alvo de investigação”). Como os principais meios de comunicação têm sucursal ou jornalistas na capital federal, contrastou visivelmente o tratamento do Correio e o dos outros jornais.

O Judiciário tem sido mais preservado pela mídia, talvez por temor das barras dos tribunais. Mas os meios de comunicação, o mais das vezes, reduzem o papel do Parlamento, em especial, e do Executivo a estereótipos, a relações, não de política, mas de negociatas. E como não há como desvincular a atividade política dos embates de classe, onde se destacam os conflitos econômicos, os flagrantes em que o poder do capital se faz presente ganham relevo. Notas de dinheiro vão parar nas cuecas, meias e bolsos de agentes políticos de variadas tendências partidárias, e “todos os políticos – e a atividade política – são sujos”…

Num estágio civilizacional em que é preponderante o monopólio econômico, inclusive da mídia, os receptores da comunicação são bombardeados por inúmeros analistas e formadores de opinião. Porém todos expondo, no essencial, as mesmas concepções. Assim, o telespectador assistirá, na Rede Globo, um âncora dizendo que o problema da política é a falta de ética e que a questão econômica é garantida pela liberdade de mercado. O leitor da Veja vai encontrar artigos de colunistas conceituados usando estilos diferentes mas registrando as mesmas ideias sobre a ética na política e a liberdade no mercado. Quem sintonizar a Rádio Band ouvirá locutores, cada qual com seu talento, martelando esses mesmos conceitos. As abordagens são plurais, mas o pensamento é único. Assim se constrói e se impõe a ideologia do capitalismo contemporâneo.

Jean-Marc Ferry considera que a atual concepção de liberdade de expressão é associada à liberdade de expressão dos conglomerados de comunicação e de seus jornalistas e analistas. Essa noção serve, segundo esse filósofo francês, apenas aos interesses econômicos das empresas privadas de comunicação que defendem, na realidade, “uma liberdade privada, pois é a liberdade de expressão dos patrões e dos jornalistas somente” – e eu acrescento, dos jornalistas que esposam as concepções e a ideologia de seus patrões monopolistas da mídia.

Opiniões que vão para além, ou que contestam, que o grande problema político de nosso tempo é a “ética”, ou que o desafio econômico vital de nossa era é a garantia do livre mercado, opiniões que contrariam esses dogmas não encontram guarida ou são ridicularizadas na mídia monopolista. Para estes prosadores da contracultura não há liberdade de expressão. Ou melhor, há. Mas desde que confinados ao gueto da “imprensa alternativa” ou dos desacreditados “veículos de esquerda”.

E que venha o próximo escândalo, pela esquerda ou pela direita, pelos governistas ou pela oposição. Serão todos monotematicamente tratados como “problema moral, ético”, fruto da ação de “políticos sujos”. Nada que desnude os profundos interesses de classe e os conflitos partidários e ideológicos que são seu verdadeiro pano de fundo.



Jornalista e curioso do mundo.

O DEMsalão, o mensalão do PT, o mensalão do PSBD e a política

Que tristeza, que vergonha e que nojo, o caso do mensalão em Brasília. infelizmente, casos como esse e os demais na história recente da política brasileira, contribrum ainda mias para piorar a imagem da classe política especialmente daqueles que tem propostas e atuação séria, que lamentavelmente são jogados na vala comum da politicalha que assola a naçao.
É preciso sair da discurso rídiculo que tomou conta da altas rodas dos intelectuais de que agora o jogo é zero a zero. PSDB não pode mais atacar o PT e vice versa. È triste e urge uma profunda reforma política que tenha o finaciamento público das campanhas como tema principal e esclareça para o povo o que significa e qual a diferença que isso pode trazer para os cofres públicos.
O PSBD e FHC são sem dúvida nenhuma os mentores do mensalão ou já tá esquecido de como foi aprovada a reeleiçao de Fernasndo Henrique Cardoso? quem não se lembra de do dep. Ronivon Santiago e da propina de R$200,000,00 para votar a favor da Emenda da reeleição? infelizmente, setores do PT usaram da prática e se deram mal o preço pago foi alto e acabou por nivelar por baixo todos os políticos, contribuindo para dar ao PFL, hoje pomposamente DEMOcrata um discurso que nunca teve:o da moralidade e o combate a corrupção. Não durou muito, o PANETONE DE ARRUDA revelou a verdade.