quarta-feira, 24 de novembro de 2010

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL POR KELLY MAGALHÃES

O professor doutor Márcio Lima, que não conheço pessoalmente, com muitas e boas titulações e coordenador do Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, escreveu em seu blog um texto intitulado DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL.
Achei estranha a relação que o doutor Márcio Lima fez entre o filme de Glauber Rocha e o seu texto discorrendo de forma tendenciosa e equivocada sobre a política local e minha eleição para deputada estadual.
DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL aborda de forma metafórica o fanatismo representado nas figuras do SANTO SEBASTIÃO (Deus) e CORISCO (diabo) deformados pela solidão e miséria do sertão e de como Manuel, vaqueiro que matou o patrão escravista foge do matador profissional e se embrenha entre os dois líderes. Em síntese, o filme conta as alucinações, as visões, as práticas e os modos de condutas aberrantes que a fome, a miséria e a ignorância podem inspirar num povo desesperado.
Com quase 120 anos de existência, uma cultura miscigenada, um crescimento vertiginoso e ao mesmo tempo desordenado, Barreiras é um grande município, com um grande povo; tem seus altos e baixos, é verdade, mas, nada, nada mesmo que possa ser comparado ao que o filme de Glauber Rocha retrata. Vivemos no Estado democrático de direitos, temos liberdade de expressão, a presença de universidades e faculdades vai consolidando uma nova mentalidade e as pessoas tem exercido o seu direito de crítica e de voto. Portanto, não vejo paralelo entre a realidade de Barreiras e a retratada no filme.
As eleições de 2010 tiveram como pauta  principal a questão religiosa, revelando que uma face do Brasil ainda é conservadora e usa de artifícios do passado num mundo moderno. Doutor Márcio, demonstra não aceitar o resultado das urnas em 2010 e crê que os "evangélicos fiéis à prefeita" foram responsáveis pelo "instigante" resultado eleitoral. Não sou evangélica e sei que a maior parte do meu eleitorado não está entre os evangélicos. Mas, respeito e não faço distinção de votos por credo, raça, sexo ou estrato social. Na urna, somos iguais, absolutamente iguais.
Doutor Márcio alega em texto que nada pode esperar de mim como deputada porque tenho o mesmo discurso: defender a prefeita e agir dessa forma por que não tenho trabalho para mostrar. Em sua veia feroz de ataques, o doutor Márcio vai mais longe e diz que minhas ações se devem a um suposto acordo/pacto ou compadrio para me eleger deputada. Pobre Barreiras, com tantos  doutores e tão longe do conhecimento que possa ser proporcionado para que todos nós possamos ter líderes melhores.
Repito o que o doutor Márcio disse, por que na condição de vereadora, não conheço nenhum projeto de extensão que o doutor Márcio tenha feito na condição de Coordenador do Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades. Sugiro que o doutor promova debates isentos com a comunidade local sobre política e formação de líderanças como contribuição legítima de quem quer o melhor para Barreiras.
Vou traduzir literalmente uma passagem do filósofo françês Michel de Montaigne que o doutor Márcio usou para combater uma crítica do Jornal São francisco quando do debate sobre a criação do Estado do Rio Sâo Francisco: "Todos estão sujeitos a dizer tolices; o mal está em as enunciar com pretensão: 'Este homem provavelmente vai expor-nos, com ênfase, algumas enormidades(Terêncio)'. Este segundo ponto não me diz respeito, porque não dou maior atenção às bobagens que me escapam. Felizmente para elas, pois as negaria imediatamente se devesem prejudicar-me, ainda que ligeiramnete. Nada compro ou vendo por preço mais alto do que vale. Escrevo como falo ao primeiro indivíduo que encontro, contentando-me com dizer a verdade."
Em verdade doutor Márcio, o senhor como professor, pode e deve conhecer todos os dados sociais, econômicos e estatísticos da nossa região; afinal, só transmite conhecimento quem tem. Julgar as pessoas e os políticos ao sabor das conveniências, em nada contribui para melhorar e avançar no desenvolvimento da nossa realidade. Como o senhor mesmo disse, chegou aqui em meados de 2006 e se acha no direito de dizer as tolices que disse a meu respeito. Normal, faz parte do jogo democrático e como política estou sujeita a isso mesmo. Porém, repilo a tentativa de desqualificação e acusações de fiz acordos espúrios com o fito de me eleger. Ninguem se elege do nada ou apenas na força do compadrio ou de conchavos; Barreiras está longe disso. Tenho serviços prestados a essa cidade como cidadã e como política. Meus doi mandatos de vereadora e meu mandato de deputada estadual são frutos de uma trajetória de lutas e conquistas. Me estranha que uma região que elegeu 3 deputados estaduais e 01 federal apenas eu seja motivo de uma análise que nivele tão por baixo. Política é feito de ônus e bônus com qualquer escolha que façamos na vida. Fui parte integrante de uma coalizão que elegeu a prefeita Jusmari Oliveira e faço parte da sua bancada de sustenção; não veja, no sistema político atual, onde isso possa ser considerado crime ou motivo de críticas e como isso possa ser usado como medidor para o meu desempenho no mandato de deputada estadual.
Todas as minhas iniciativas, projetos e Leis produzidas nos meus 06 anos de mandato estão a sua disposição; quanto ao meu mandato como presidente da Câmara, tenho prazer em lhe dizer que sua chegada em meados de 2006 para UFBA, foi fruto de uma grande articulação política das mais diversas matizes que colocaram as disputas menores de lado e se uniram em torno de projeto maior para a região; e esse projeto doutor, inclusive com a doação do prédio do Pe. Vieira, teve a minha participação direta como presidente do Legislativo que promoveu a Audiência Pública com os deputados federais que se comprometeram a  empenhar suas Emendas pessoais para o imediato funcionamento do Campus.
Faça valer o tripé essencial de uma Universidade pública doutor, e chame todos os deputados sem rancor e pensando num projeto de desenvolvimento e nos apresente idéias e sugestões para melhorar a vida do povo e da região. Isso é extensão que junto com a pesquisa e o ensino, consolidam a qualidade da Universidade. Estou a sua disposição.
Pedindo licença para usar suas palavras doutor, repito o que senhor usou em artigo sobre a questão do Jornal São Francisco:
" Se é útil esconder a verdade em prol de uma causa, ainda prefiro estar na companhia de Montaigne. E para que a utilidade não se sobreponha à honestidade, é preciso que a verdade seja dita."
Kelly Magalhães

4 comentários:

  1. Isso aqui era pra ser "Deus e o Diabo na Terra do Sol por Kelly magalhães"? - É né... a tentativa é livre.
    E.S.M

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  2. Li os dois artigos.
    Ambos muito bem escritos.
    A conclusão?
    Em maior ou em menor parte ambos tem razão.

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  3. “Vivemos no Estado democrático de direitos, temos liberdade de expressão, a presença de universidades e faculdades vai consolidando uma nova mentalidade e as pessoas tem exercido o seu direito de crítica e de voto. Portanto, não vejo paralelo entre a realidade de Barreiras e a retratada no filme.”

    Engraçado falar isso, Kelly, enquanto você nega a tribuna aos estudantes, rejeita a mentalidade de luta que as universidades e faculdades estão consolidando e entregou o projeto de lei 33/10 somente depois que foi aprovado, negando à população o direito de análise e de crítica.

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  4. Kelly, o que importa de agora em diante é lutar por um Oeste Baiano mais: justo,igulitário,com mais oportunidades de trabalho, educação e saúde.

    É aí que você fará a difença, terá a oportunidade de provar que é competente.

    Eu estou confiante do seu trabalho na Assembléia Legislativa do Estado, mostrou que é corajosa, quando esteve em Santa Maria da Vitória, no "Debate Político" ocorrido aqui.

    E vamos cobrar de Você a promessa de nos ajudar a conseguirmos um Hospital Regional aqui para Santa Maria da Vitória, assim vai desafogar o HO e mais população tendo um atendimento de Saúde de mais qualidade.

    Tudo de bom em seu trablaho.

    Alberto Leite,ADM - Santa Maria da Vitória - Ba
    GrandeBahiaOnline.Com - Fazendo Integração

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