Com objetivo de chamar a atenção da sociedade sobre a importância de mais investimentos para a educação, estudantes organizam intervenções em todo o país. Uma grande marcha na próxima quinta-feira (24) em Brasília levará 10 mil ao planalto central e a presidente Dilma acenou com a possibilidade de receber a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) em audiência.
Vitor Vogel
Com a chamada “A educação tem que ser 10 – Por um Plano Nacional de Educação (PNE) a Serviço do Brasil”, a UNE, a Ubes e a ANPG convocam para esta semana uma série de manifestações em todo o Brasil que irão ocorrer de segunda a sexta-feira (21 a 25). A tradicional jornada nacional de lutas das entidades, que acontece anualmente, contará com uma grande marcha em Brasília (DF) na próxima quinta-feira (24), para levar ao ministro da educação, aos presidentes das casas legislativas e, também, à presidente Dilma Rousseff, documento com as reivindicações dos estudantes para o próximo período.
A audiência com o Ministro Fernando Haddad está confirmada para as 17 horas e a presidente Dilma, em conversa com o presidente da Ubes, Yann Evannovick, nesta segunda-feira (21), disse que tem disposição de receber os estudantes na quinta-feira (24). Segundo Yann, Dilma afirmou, a respeito da passeata, que “é assim que movimento social tem que se portar, pressionar e pautar o governo”, demonstrando respeito ao movimento estudantil e atenção à pauta.
Na pauta, o PNE
Segundo o presidente da Ubes as entidades estudantis terão sua atenção voltada o Plano Nacional de Educação (PNE). Essa pauta vai desde a luta pelo passe livre, democracia na escola, ampliação de vagas nas universidades públicas, reajuste das bolsas de pós-graduação, regulamentação do ensino privado, até a aceleração do ingresso dos jovens no mercado de trabalho, “para que o jovem saia do ensino médio com uma profissão – sem perder a perspectiva de ingresso no ensino superior”, defende Yann. “Todas essas questões estão vinculadas ao financiamento, por isso pautamos no centro da Jornada as pautas de 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal para a educação”, completa o presidente da Ubes. Os estudantes criticam também a ortodoxia na política econômica do novo governo, refletida no corte de 50 bilhões, atingindo o financiamento das universidades.
Yann explica que a proposta de PNE encaminhada para o Congresso Nacional prevê 7% do PIB para a Educação. “Acreditamos que esta pauta cabia há 10 anos atrás, quando foi aprovada pelo Congresso e vetada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso no PNE passado. Agora, para diminuir a dívida que existe com a educação, cujo montante é cada dia maior, é preciso garantir uma quantidade maior de recursos”, reforça o estudante.
Sem veto
Uma sinalização positiva dada pelo então presidente Lula em acordo com a presidente Dilma Rousseff em 2010 foi a aprovação de uma medida que impede a Presidência da República de vetar qualquer artigo do PNE que se refira a investimentos. Isso significa que se o movimento tiver uma vitória em relação ao financiamento da educação no Congresso Nacional ela estará garantida, sem possibilidade de veto.
Além das pautas gerais relacionadas ao PNE, em cada lugar haverá a incorporação de bandeiras locais aos protestos, como a luta pela melhoria do transporte público e mais investimentos na educação municipal e estadual. Serão cerca de 120 atividades em universidades, 40 passeatas e atos de rua em mais de 70 cidades de todas as regiões do país.
Momento único
Para o presidente da UNE, Augusto Chagas, o Brasil vive momento único de oportunidades em diversas áreas e precisa se convencer de que é “necessário e urgente priorizar a educação em todas as suas etapas”. Chagas convoca: “Por isso, vamos às ruas nessa jornada para tornar público o debate deste Plano Nacional de Educação que é tão decisivo. Precisamos envolver a sociedade para discutir a educação que queremos para os próximos dez anos”.
A presidente da ANPG, Elisangela Lizardo, defende que "é importante as entidades estudantis, os sindicatos de professores e outras organizações que lutam em defesa da educação se unificarem em torno da defesa de uma educação plural, crítica e de qualidade, pois é necessária ao nosso país a formação de pessoas qualificadas, capazes de desenvolver bons trabalhos e se realizarem pessoalmente". A principal pauta da ANPG na jornada é o aumento de bolsas mestrado e doutorado, que estão há 3 anos sem reajuste. "Defendemos o reajuste de acordo com último Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG), que previa o aumento de 50% do valor das bolsas de pesquisa entre 2005 e 2010. Já há um novo plano e a meta não foi cumprida. Neste reajuste, é preciso considerar ainda a taxa de inflação", explicou Elisangela, que esclareceu, ainda, que o objetivo da pauta é valorizar o pesquisador, "que é um elemento central no desenvolvimento de pesquisa e inovação para o país e para a garantia da soberania nacional", disse.
Durante a jornada nacional da lutas, as entidades irão também apresentar as suas 59 emendas ao Plano Nacional de Educação e lançar a campanha #educacaotemqueser10 no Twitter. Nesta quinta-feira (24) está previsto um “twittaço” sobre o tema.
Confira o calendário de lutas:
Segunda-feira (21), Dia Nacional de Ocupações
Será um dia de atividades simultâneas com intervenções políticas e culturais em dezenas de universidades. Haverá série de ocupações de reitorias e espaços dentro das instituições a partir desta segunda-feira, 21 de março, dando início à onda de protesto. A abertura oficial ocorreu durante debate na USP, no Centro Acadêmico 11 de Agosto, ao meio-dia, com o tema da jornada “A educação tem que ser 10 – Por um Plano Nacional de Educação (PNE) a Serviço do Brasil”.
Terça-feira (22), passeata em São Paulo
Os estudantes voltam às ruas da capital paulista para mais uma passeata contra o aumento abusivo nas tarifas do transporte público. A concentração será às 10 horas no vão livre do Masp. De lá, a marcha prossegue em direção à Assembléia Legislativa, onde está em tramitação a Proposta Emenda Constitucional (PEC) do Pré-sal municipal, que cria o Fundo Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social. O Fundo gerenciará os recursos provenientes do Pré-Sal para o estado de São Paulo e já destina 50% para Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia.
Quarta-feira (23), passeata no Rio de Janeiro
A jornada nacional de lutas organiza uma grande passeata no Rio de Janeiro embalada pelos protestos contra a visita do presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Os estudantes vão se concentrar na quarta-feira (23) na Candelária, às 10 horas, e de lá partem para a Câmara Municipal. O objetivo é pressionar o voto dos parlamentares a favor do projeto de lei que estará tramitando no dia e garantirá a meia passagem no transporte público aos alunos do ProUni e beneficiados por programas de cotas e reserva de vagas.
Quinta-feira (24), Grande Marcha em Brasília
Cerca de 10 mil estudantes tomarão Brasília colorindo a Esplanada dos Ministérios com a irreverência característica do movimento estudantil. A concentração será às 10 horas, em frente à Biblioteca Nacional. A marcha, que terá o reforço de uma bateria de samba, seguirá para o Congresso Nacional. Lá, os estudantes esperam ser recebidos por Dilma Rousseff. A audiência já foi solicitada e o objetivo será dialogar com a nova presidente a pauta de reivindicações, principalmente, a respeito de dois temas: o veto do presidente Lula ao projeto de lei que destina 50% do fundo social do Pré-sal para a educação e os recentes cortes no orçamento que podem atingir o financiamento das universidades.
Da redação, Luana Bonone, com assessoria
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terça-feira, 22 de março de 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Artigo: Vitória de Dilma, vitória das mulheres e do povo brasileiro!, por Elza Campos*
A União Brasileira de Mulheres (UBM) comemorou com muita alegria a vitória de Dilma Rousseff para o cargo de presidente da República. Desde o primeiro turno assumiu decididamente a campanha de Dilma ao lançar o Manifesto da UBM “Mulher, seu voto não tem preço - Com Dilma Presidente pra continuar mudando o Brasil”. O documento foi criado em julho e divulgado em todo o país. No segundo turno, a campanha da entidade foi ainda mais intensificada com várias atividades realizadas pelas seções estaduais da entidade. A eleição de Dilma Rousseff, a primeira mulher a ocupar a Presidência da República no Brasil, é um feito dos mais grandiosos para os trabalhadores e em especial para as mulheres que poderão sentir-se mais empoderadas e confiantes em suas lutas e conquistas.
A repercussão desta admirável vitória repercutiu em todo o mundo. Revela a importância do Brasil no cenário internacional aliada à representação desta mulher que iniciou sua vida pública aos 16 anos defendendo a liberdade de seu povo. Mesmo sob todas as tentativas de armadilhas que tentaram impor à nossa maior líder, Dilma teve o espírito de guerreira, ganhando cada vez mais o apoio popular e a confiança de seu povo.
O Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) considerou um fato "histórico para a política e a sociedade e para as brasileiras. Para Rebecca Reichmann Tavares, representante do Unifem para o Brasil e o Cone Sul, "É a consagração da luta de gerações e gerações de mulheres brasileiras, que desde o início do Século XX lutaram pela conquista do direito ao voto.”
A revista americana Time divulgou, em seu site: a presidenta Dilma está entre as 10 mulheres mais importantes do mundo. A Time ressaltou que a sucessora de Lula será a líder da quarta maior democracia mundial, se tornando uma "inspiração para as mulheres de todo o mundo". É um fato incontestável, pois renova um novo tempo de esperanças e possibilidades de conquistas para o nosso país e em especial para as mulheres. São quase 80 anos do direito ao voto à eleição da primeira presidenta do Brasil.
Temos consciência que avançamos durante o Governo Lula, no que de refere à perspectiva para as mulheres, notadamente na conquista da Lei Maria da Penha e na instalação do Ministério das Mulheres, entre outros avanços nos campos das políticas públicas e da atuação do Brasil no cenário internacional.
A vitória de Dilma se revela na convergência de um conjunto de forças progressistas em torno de um programa que combina soberania nacional, desenvolvimento econômico, distribuição de renda, inclusão social e liberdades políticas e, ainda, a possibilidade de aprofundar as mudanças iniciadas no governo Lula.
O papel das mulheres e dos movimentos feministas e sociais é de grande importância, para garantir que a plataforma elaborada pelos movimentos seja efetivamente realizada. Seremos protagonistas do esforço para construir um projeto de nação justa, com amplas oportunidades para toda a população.
As mulheres que protagonizaram e já estiveram presentes em grandes lutas populares em todos os tempos e lugares, ousando sonhar e construir um mundo diferente, verdadeiramente justo e igualitário já deram provas no passado de compromisso democrático na luta por liberdades políticas para o povo brasileiro. No presente, sentem-se mais fortes e empoderadas para construir com Dilma um país de igualdade e de justiça.
A UBM continuará lutando para que as mulheres façam suas escolhas, na vida pessoal e na vida política, ou seja, no espaço privado e no espaço público. Lutará para que a saúde, a educação, a cultura, a segurança pública, o meio ambiente, o trabalho convirjam para o atendimento integral às mulheres e a toda sociedade.
No próximo ano teremos a realização da III Conferência de Políticas para as Mulheres, reforçaremos as propostas do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Teremos de consolidar esse canal de participação e, efetivamente, transformar as políticas públicas para as mulheres em políticas de Estado, tratando a pauta das mulheres como um assunto estratégico para nosso país. Defendemos que a Lei Maria da Penha seja efetivamente cumprida, para que a maternidade seja uma escolha das mulheres e para que as mulheres não sejam criminalizadas pela realização do aborto.
Um dos maiores problemas para avançar a democracia no Brasil, pauta-se na sub-representação feminina nas instâncias de poder. A proposta que vem sendo defendida por nossa presidenta, a de contar nos Ministérios com 30% de mulheres, recebe o apoio das mulheres. Dilma terá um olhar para as mulheres, como bem demonstrou em seu discurso de posse ao dirigir suas primeiras palavras às mulheres. Se a simbologia de termos uma mulher presidenta é de grande significado, a aplicação das cotas ministeriais, também acarreta um ganho de poder simbólico para as brasileiras.
As mulheres estarão a par e passo com toda população para que todos os temas estejam pautados de forma integrada e articulada, e estarão com Dilma, a primeira mulher presidenta da história do Brasil.
* Elza Campos é coordenadora nacional da UBM
A repercussão desta admirável vitória repercutiu em todo o mundo. Revela a importância do Brasil no cenário internacional aliada à representação desta mulher que iniciou sua vida pública aos 16 anos defendendo a liberdade de seu povo. Mesmo sob todas as tentativas de armadilhas que tentaram impor à nossa maior líder, Dilma teve o espírito de guerreira, ganhando cada vez mais o apoio popular e a confiança de seu povo.
O Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) considerou um fato "histórico para a política e a sociedade e para as brasileiras. Para Rebecca Reichmann Tavares, representante do Unifem para o Brasil e o Cone Sul, "É a consagração da luta de gerações e gerações de mulheres brasileiras, que desde o início do Século XX lutaram pela conquista do direito ao voto.”
A revista americana Time divulgou, em seu site: a presidenta Dilma está entre as 10 mulheres mais importantes do mundo. A Time ressaltou que a sucessora de Lula será a líder da quarta maior democracia mundial, se tornando uma "inspiração para as mulheres de todo o mundo". É um fato incontestável, pois renova um novo tempo de esperanças e possibilidades de conquistas para o nosso país e em especial para as mulheres. São quase 80 anos do direito ao voto à eleição da primeira presidenta do Brasil.
Temos consciência que avançamos durante o Governo Lula, no que de refere à perspectiva para as mulheres, notadamente na conquista da Lei Maria da Penha e na instalação do Ministério das Mulheres, entre outros avanços nos campos das políticas públicas e da atuação do Brasil no cenário internacional.
A vitória de Dilma se revela na convergência de um conjunto de forças progressistas em torno de um programa que combina soberania nacional, desenvolvimento econômico, distribuição de renda, inclusão social e liberdades políticas e, ainda, a possibilidade de aprofundar as mudanças iniciadas no governo Lula.
O papel das mulheres e dos movimentos feministas e sociais é de grande importância, para garantir que a plataforma elaborada pelos movimentos seja efetivamente realizada. Seremos protagonistas do esforço para construir um projeto de nação justa, com amplas oportunidades para toda a população.
As mulheres que protagonizaram e já estiveram presentes em grandes lutas populares em todos os tempos e lugares, ousando sonhar e construir um mundo diferente, verdadeiramente justo e igualitário já deram provas no passado de compromisso democrático na luta por liberdades políticas para o povo brasileiro. No presente, sentem-se mais fortes e empoderadas para construir com Dilma um país de igualdade e de justiça.
A UBM continuará lutando para que as mulheres façam suas escolhas, na vida pessoal e na vida política, ou seja, no espaço privado e no espaço público. Lutará para que a saúde, a educação, a cultura, a segurança pública, o meio ambiente, o trabalho convirjam para o atendimento integral às mulheres e a toda sociedade.
No próximo ano teremos a realização da III Conferência de Políticas para as Mulheres, reforçaremos as propostas do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Teremos de consolidar esse canal de participação e, efetivamente, transformar as políticas públicas para as mulheres em políticas de Estado, tratando a pauta das mulheres como um assunto estratégico para nosso país. Defendemos que a Lei Maria da Penha seja efetivamente cumprida, para que a maternidade seja uma escolha das mulheres e para que as mulheres não sejam criminalizadas pela realização do aborto.
Um dos maiores problemas para avançar a democracia no Brasil, pauta-se na sub-representação feminina nas instâncias de poder. A proposta que vem sendo defendida por nossa presidenta, a de contar nos Ministérios com 30% de mulheres, recebe o apoio das mulheres. Dilma terá um olhar para as mulheres, como bem demonstrou em seu discurso de posse ao dirigir suas primeiras palavras às mulheres. Se a simbologia de termos uma mulher presidenta é de grande significado, a aplicação das cotas ministeriais, também acarreta um ganho de poder simbólico para as brasileiras.
As mulheres estarão a par e passo com toda população para que todos os temas estejam pautados de forma integrada e articulada, e estarão com Dilma, a primeira mulher presidenta da história do Brasil.
* Elza Campos é coordenadora nacional da UBM
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Umberto Eco: O contragolpe no Grande Irmão
O caso WikiLeaks tem uma dupla leitura. Por um lado, revela-se um escândalo aparente, um escândalo que só escandaliza por causa da hipocrisia que rege as relações entre os Estados, os cidadãos e a Comunicação Social. Por outro, anuncia profundas alterações a nível internacional e prefigura um futuro dominado pela recessão.
Por Umberto Eco, no Libération
Mas vamos por partes. O primeiro aspecto revelado pelo WikiLeaks é a confirmação do fato de cada processo constituído por um serviço secreto (de qualquer nação) ser composto exclusivamente por recortes de jornal.
As “extraordinárias” revelações norte-americanas sobre os hábitos sexuais de Berlusconi apenas relatam o que há meses se anda a ler em qualquer jornal (exceto naqueles de que Berlusconi é proprietário), e o perfil sinistramente caricatural de Kadhafi era já há muito tempo matéria para piadas dos artistas de palco.
A regra segundo a qual os processos secretos não devem ser compostos senão por notícias já conhecidas é essencial à dinâmica dos serviços secretos, e não apenas neste século. Se for a uma livraria consagrada a publicações esotéricas, verá que cada obra (sobre o Graal, o mistério de Rennes-le-Château, os Templários ou os Rosa-Cruz) repete exatamente o que já tinha sido escrito nas obras precedentes. E isso não apenas porque o autor de textos ocultos não gosta de fazer investigações inéditas (nem sabe onde procurar notícias sobre o inexistente), mas porque os que se dedicam ao ocultismo só acreditam naquilo que já sabem e que confirma o que já tinham aprendido.
É o mecanismo do sucesso de Dan Brown. E vale para os arquivos secretos. O informador é preguiçoso, e preguiçoso (ou de espírito limitado) é o chefe dos serviços secretos (caso contrário, podia ser, quem sabe, editor do Libération), que não reconhece como verdade a não ser aquilo que reconhece. As informações ultrassecretas sobre Berlusconi, que a embaixada norte-americana em Roma enviava ao Departamento de Estado, eram as mesmas que a Newsweek publicava na semana anterior.
Então porquê tanto barulho em torno das revelações destes processos? Por um lado, dizem o que qualquer pessoa informada já sabe, nomeadamente que as embaixadas, pelo menos desde o final da Segunda Guerra Mundial e desde que os chefes de Estado podem telefonar uns aos outros ou tomar um avião para se encontrarem para jantar, perderam a sua função diplomática e, à exceção de alguns pequenos exercícios de representação, transformaram-se em centros de espionagem. Qualquer espectador de filmes de investigação sabe isso perfeitamente e só por hipocrisia finge ignorar.
No entanto, o fato de ser exposto publicamente viola o dever de hipocrisia e serve para estragar a imagem da diplomacia norte-americana. Em segundo lugar, a ideia de que qualquer pirata informático possa captar os segredos mais secretos do país mais poderoso do mundo desfere um golpe não negligenciável no prestígio do Departamento de Estado. Assim, o escândalo põe tanto em cheque as vítimas como os “algozes”.
Mas vejamos a natureza profunda do que aconteceu. Outrora, no tempo de Orwell, podia-se conceber todo o poder como um Big Brother, que controlava cada gesto dos seus súbditos. A profecia orwelliana confirmou-se plenamente desde que, controlado cada movimento por telefone, cada transação efetuada, hotéis utilizados, autoestradas percorridas e assim por diante, o cidadão se foi tornando na vítima integral do olho do poder. Mas quando se demonstra, como acontece agora, que mesmo as catacumbas dos segredos do poder não escapam ao controle de um pirata informático, a relação de controle deixa de ser unidirecional e torna-se circular. O poder controla cada cidadão, mas cada cidadão, ou pelo menos um pirata informático – qual vingador do cidadão –, pode aceder a todos os segredos do poder.
Como se aguenta um poder que deixou de ter a possibilidade de conservar os seus próprios segredos? É verdade, já o dizia Georg Simmel, que um verdadeiro segredo é um segredo vazio (e um segredo vazio nunca poderá ser revelado); é igualmente verdade que saber tudo sobre o caráter de Berlusconi ou de Merkel é realmente um segredo vazio de segredo, porque releva do domínio público; mas revelar, como fez o WikiLeaks, que os segredos de Hillary Clinton são segredos vazios significa retirar-lhe qualquer poder. O WikiLeaks não fez dano nenhum a Sarkozy ou a Merkel, mas fez um dano enorme a Clinton e Obama.
Quais serão as consequências desta ferida infligida num poder muito poderoso? É evidente que, no futuro, os Estados não poderão ligar à Internet nenhuma informação confidencial – é o mesmo que publicá-la num cartaz colado na esquina da rua. Mas é também evidente que, com as tecnologias atuais, é vão esperar poder manter conversas confidenciais por telefone. Nada mais fácil do que descobrir se e quando um Chefe de Estado se desloca de avião ou contatou um dos seus colegas. Como poderão ser mantidas, no futuro, relações privadas e reservadas?
Sei perfeitamente que, no momento, a minha visão é um pouco de ficção científica e, por conseguinte, romanesca, mas vejo-me obrigado a imaginar agentes do governo a deslocar-se discretamente em diligências de itinerários incontroláveis, portadores de mensagens que têm de ser decoradas ou, no máximo, escondendo as raras informações escritas na sola de um sapato. As informações serão conservadas em cópia única, em gavetas fechadas à chave: afinal, a tentativa de espionagem do Watergate teve menos êxito do que o WikiLeaks.
Já tive ocasião de escrever que a tecnologia avança agora a passo de caranguejo, ou seja para trás. Um século depois de o telégrafo sem fios ter revolucionado as comunicações, a Internet restabeleceu um telégrafo com fios (telefônicos). As fitas de vídeo (analógicas) permitiram aos investigadores de cinema explorar um filme passo-a-passo, andando para trás e para diante, descobrindo todos os segredos da montagem; agora, os CD (digitais) permitem saltar de capítulo em capítulo, ou seja por macro porções. Com os trens de alta velocidade, vai-se de Roma a Milão em três horas, enquanto, de avião, com as deslocações que implica, é necessário três horas e meia. Não é, pois, descabido que a política e as técnicas de comunicação voltem ao tempo das carruagens.
Uma última observação. Antes, a imprensa tentava compreender o que se tramava no segredo das embaixadas. Atualmente, são as embaixadas que pedem informações confidenciais à imprensa.
Traduzido em PresseEurop, Portugal, disseminado pelo pessoal da Vila Vudu e adaptado para o português brasileiro pelo Viomundo
Juventude assassinada
Dois estudos divulgados recentemente mostram que, embora tenha alguns avanços na questão dos direitos humanos no Brasil, o quadro continua estarrecedor.
O relatório relativamente otimista, “Direitos Humanos no Brasil 2010”, foi elaborado pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. Seu diretor, Aton Fon Filho acentua o reconhecimento das cotas raciais e a redução do preconceito contra a mulher como contra (destacando a Lei Maria da Penha) como avanços que devem ser registrados.
Ele chama a atenção, entretanto, para graves violações que continuam ocorrendo em grande escala, uma preocupação confirmada pelo outro estudo, feito pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e divulgado dia 8 pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela organização não governamental Observatório de Favelas.
Ele descreve em cores sombrias o estado da violência contra adolescentes no Brasil: em 2007, nos 266 municípios com mais de 100.000 habitantes, foram assassinados dois em cada grupo de 1.00O jovens entre 12 e 18 anos de idade. Se este ritmo não for reduzido, os autores do estudo calculam que 33 mil adolescentes serão mortos até 2013. Estes números equivalem às vítimas de uma guerra civil não declarada cujas vítimas estão neste fragilizado grupo de jovens.
Assassinatos são a causa de 45,5% das mortes nesta faixa de idade (quase metade); é o dobro das mortes por doenças (26,5%) e mais do dobro das mortes por acidentes (23,3%). As vítimas são principalmente do sexo masculino (12 rapazes para cada garota assassinada), negros (quase quatro para cada branco ou amarelo), e moradores das periferias, e as mortes são causadas principalmente por armas de fogo (revólver, pistola, espingarda, fuzil, metralhadora).
Uma explicação óbvia para esta realidade cruel é o envolvimento com crimes. Mas ela turva o entendimento do problema que revela, fundamentalmente, o descaso social, principalmente com as crianças mais pobres, a má qualidade das escolas públicas, a ainda hegemônica compreensão policialesca de questões sociais.
O Brasil vem avançando, é certo. Mas precisa reforçar seus ganhos civilizacionais e um dos maiores deles, que está em falta em muitos setores, é o respeito à vida.
O relatório relativamente otimista, “Direitos Humanos no Brasil 2010”, foi elaborado pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. Seu diretor, Aton Fon Filho acentua o reconhecimento das cotas raciais e a redução do preconceito contra a mulher como contra (destacando a Lei Maria da Penha) como avanços que devem ser registrados.
Ele chama a atenção, entretanto, para graves violações que continuam ocorrendo em grande escala, uma preocupação confirmada pelo outro estudo, feito pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e divulgado dia 8 pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela organização não governamental Observatório de Favelas.
Ele descreve em cores sombrias o estado da violência contra adolescentes no Brasil: em 2007, nos 266 municípios com mais de 100.000 habitantes, foram assassinados dois em cada grupo de 1.00O jovens entre 12 e 18 anos de idade. Se este ritmo não for reduzido, os autores do estudo calculam que 33 mil adolescentes serão mortos até 2013. Estes números equivalem às vítimas de uma guerra civil não declarada cujas vítimas estão neste fragilizado grupo de jovens.
Assassinatos são a causa de 45,5% das mortes nesta faixa de idade (quase metade); é o dobro das mortes por doenças (26,5%) e mais do dobro das mortes por acidentes (23,3%). As vítimas são principalmente do sexo masculino (12 rapazes para cada garota assassinada), negros (quase quatro para cada branco ou amarelo), e moradores das periferias, e as mortes são causadas principalmente por armas de fogo (revólver, pistola, espingarda, fuzil, metralhadora).
Uma explicação óbvia para esta realidade cruel é o envolvimento com crimes. Mas ela turva o entendimento do problema que revela, fundamentalmente, o descaso social, principalmente com as crianças mais pobres, a má qualidade das escolas públicas, a ainda hegemônica compreensão policialesca de questões sociais.
O Brasil vem avançando, é certo. Mas precisa reforçar seus ganhos civilizacionais e um dos maiores deles, que está em falta em muitos setores, é o respeito à vida.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL POR KELLY MAGALHÃES
O professor doutor Márcio Lima, que não conheço pessoalmente, com muitas e boas titulações e coordenador do Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, escreveu em seu blog um texto intitulado DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL.
Achei estranha a relação que o doutor Márcio Lima fez entre o filme de Glauber Rocha e o seu texto discorrendo de forma tendenciosa e equivocada sobre a política local e minha eleição para deputada estadual.
DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL aborda de forma metafórica o fanatismo representado nas figuras do SANTO SEBASTIÃO (Deus) e CORISCO (diabo) deformados pela solidão e miséria do sertão e de como Manuel, vaqueiro que matou o patrão escravista foge do matador profissional e se embrenha entre os dois líderes. Em síntese, o filme conta as alucinações, as visões, as práticas e os modos de condutas aberrantes que a fome, a miséria e a ignorância podem inspirar num povo desesperado.
Com quase 120 anos de existência, uma cultura miscigenada, um crescimento vertiginoso e ao mesmo tempo desordenado, Barreiras é um grande município, com um grande povo; tem seus altos e baixos, é verdade, mas, nada, nada mesmo que possa ser comparado ao que o filme de Glauber Rocha retrata. Vivemos no Estado democrático de direitos, temos liberdade de expressão, a presença de universidades e faculdades vai consolidando uma nova mentalidade e as pessoas tem exercido o seu direito de crítica e de voto. Portanto, não vejo paralelo entre a realidade de Barreiras e a retratada no filme.
As eleições de 2010 tiveram como pauta principal a questão religiosa, revelando que uma face do Brasil ainda é conservadora e usa de artifícios do passado num mundo moderno. Doutor Márcio, demonstra não aceitar o resultado das urnas em 2010 e crê que os "evangélicos fiéis à prefeita" foram responsáveis pelo "instigante" resultado eleitoral. Não sou evangélica e sei que a maior parte do meu eleitorado não está entre os evangélicos. Mas, respeito e não faço distinção de votos por credo, raça, sexo ou estrato social. Na urna, somos iguais, absolutamente iguais.
Doutor Márcio alega em texto que nada pode esperar de mim como deputada porque tenho o mesmo discurso: defender a prefeita e agir dessa forma por que não tenho trabalho para mostrar. Em sua veia feroz de ataques, o doutor Márcio vai mais longe e diz que minhas ações se devem a um suposto acordo/pacto ou compadrio para me eleger deputada. Pobre Barreiras, com tantos doutores e tão longe do conhecimento que possa ser proporcionado para que todos nós possamos ter líderes melhores.
Repito o que o doutor Márcio disse, por que na condição de vereadora, não conheço nenhum projeto de extensão que o doutor Márcio tenha feito na condição de Coordenador do Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades. Sugiro que o doutor promova debates isentos com a comunidade local sobre política e formação de líderanças como contribuição legítima de quem quer o melhor para Barreiras.
Vou traduzir literalmente uma passagem do filósofo françês Michel de Montaigne que o doutor Márcio usou para combater uma crítica do Jornal São francisco quando do debate sobre a criação do Estado do Rio Sâo Francisco: "Todos estão sujeitos a dizer tolices; o mal está em as enunciar com pretensão: 'Este homem provavelmente vai expor-nos, com ênfase, algumas enormidades(Terêncio)'. Este segundo ponto não me diz respeito, porque não dou maior atenção às bobagens que me escapam. Felizmente para elas, pois as negaria imediatamente se devesem prejudicar-me, ainda que ligeiramnete. Nada compro ou vendo por preço mais alto do que vale. Escrevo como falo ao primeiro indivíduo que encontro, contentando-me com dizer a verdade."
Em verdade doutor Márcio, o senhor como professor, pode e deve conhecer todos os dados sociais, econômicos e estatísticos da nossa região; afinal, só transmite conhecimento quem tem. Julgar as pessoas e os políticos ao sabor das conveniências, em nada contribui para melhorar e avançar no desenvolvimento da nossa realidade. Como o senhor mesmo disse, chegou aqui em meados de 2006 e se acha no direito de dizer as tolices que disse a meu respeito. Normal, faz parte do jogo democrático e como política estou sujeita a isso mesmo. Porém, repilo a tentativa de desqualificação e acusações de fiz acordos espúrios com o fito de me eleger. Ninguem se elege do nada ou apenas na força do compadrio ou de conchavos; Barreiras está longe disso. Tenho serviços prestados a essa cidade como cidadã e como política. Meus doi mandatos de vereadora e meu mandato de deputada estadual são frutos de uma trajetória de lutas e conquistas. Me estranha que uma região que elegeu 3 deputados estaduais e 01 federal apenas eu seja motivo de uma análise que nivele tão por baixo. Política é feito de ônus e bônus com qualquer escolha que façamos na vida. Fui parte integrante de uma coalizão que elegeu a prefeita Jusmari Oliveira e faço parte da sua bancada de sustenção; não veja, no sistema político atual, onde isso possa ser considerado crime ou motivo de críticas e como isso possa ser usado como medidor para o meu desempenho no mandato de deputada estadual.
Todas as minhas iniciativas, projetos e Leis produzidas nos meus 06 anos de mandato estão a sua disposição; quanto ao meu mandato como presidente da Câmara, tenho prazer em lhe dizer que sua chegada em meados de 2006 para UFBA, foi fruto de uma grande articulação política das mais diversas matizes que colocaram as disputas menores de lado e se uniram em torno de projeto maior para a região; e esse projeto doutor, inclusive com a doação do prédio do Pe. Vieira, teve a minha participação direta como presidente do Legislativo que promoveu a Audiência Pública com os deputados federais que se comprometeram a empenhar suas Emendas pessoais para o imediato funcionamento do Campus.
Faça valer o tripé essencial de uma Universidade pública doutor, e chame todos os deputados sem rancor e pensando num projeto de desenvolvimento e nos apresente idéias e sugestões para melhorar a vida do povo e da região. Isso é extensão que junto com a pesquisa e o ensino, consolidam a qualidade da Universidade. Estou a sua disposição.
Pedindo licença para usar suas palavras doutor, repito o que senhor usou em artigo sobre a questão do Jornal São Francisco:
" Se é útil esconder a verdade em prol de uma causa, ainda prefiro estar na companhia de Montaigne. E para que a utilidade não se sobreponha à honestidade, é preciso que a verdade seja dita."
Kelly Magalhães
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Fortes: como a Casa Grande convencerá a Senzala a votar em Serra
O conteúdo abaixo caiu na minha caixa de spam, hoje de manhã, enviado por um certo Rodrigo Roni, certamente um dos muitos brucutus de internet a serviço da campanha de José Serra. Normalmente, apago da minha caixa de mensagem de e-mails correntes de quaisquer naturezas, pela óbvia razão de serem escritas e disseminadas por fanáticos religiosos, militantes políticos extremistas e idiotas em geral.
Por Leandro Fortes, no blog Brasília, eu Vi
Esta, contudo, embora não fuja à regra, é bastante emblemática sobre o desespero de certa porção da classe média em relação à perspectiva da vitória de Dilma Rousseff e da continuidade dos programas sociais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de um panfleto antipetista por excelência, recheado de preconceitos e ofensas amarguradas, um último apelo à insensatez em nome da preservação dos piores e mais mesquinhos valores dessa parcela da sociedade brasileira que caminha, felizmente, para a extinção.
Para garantir votos ao tucano José Serra, a corrente estabelece uma fórmula baseada, explicitamente, nas relações da Casa Grande com a Senzala. Ensina ao patrão e à dona-de-casa de classe média como convencer empregadas domésticas, porteiros, motoristas, ascensoristas e empregados em geral do perigo que representará a eleição de Dilma.
Reparem que as recomendações são para os empregados de dentistas, advogados, clientes, nunca para os dentistas, advogados e clientes, desde já colocados como pessoas de primeira categoria, portanto, imunes ao discurso patético de persuasão apregoado pelo panfleto. Há, ainda, o risível apelo a ser feito “ao atendente da sauna, da academia, da escola de natação, da escola de inglês das crianças”.
Enfim, um texto altamente representativo do tipo de elite que temos no país, suas razões, seus preconceitos, seus medos e seu instinto de preservação baseado em conceitos primários. Uma elite que acha que pode convencer seus serviçais, a quem trata como escravos, a não votar na continuidade de um projeto político que lhes garantiu, pela primeira vez na vida, emprego formal, crédito, qualidade de vida, autoestima e representação política real.
No auge do desespero, o autor do texto deixa transparecer seu caráter doentio ao se referir a Dilma como “perereca assassina e terrorista”. É essa gente que se coloca como alternativa a um governo popular que tirou o Brasil do buraco.
Vale a pena ler, portanto, esse tratado da demência de auto denominados “formadores de opinião”:
Como Ganhar Votos para o Serra
Meus amigos,
Tenho recebido da maioria de vocês, quase que diariamente, emails de indignação contra PT e Dilma.Ficar falando entre nós não leva a nada. E o que a gente precisa fazer é ir atrás dos indecisos, dos que possam até gostar do Lula mas não necessariamente da Dilma, quem sabe ainda dá pra virar essa eleição. Mas eu pergunto – o que realmente estamos fazendo para que o José Serra ganhe esta eleição??? Por que não adianta nós, os denominados “formadores de opinião” ficarmos trocando emails de coisas que já sabemos. Assim, convoco a todos para um pacto que é:CONVERSAR COM, NO MÍNIMO, DUAS PESSOAS POR DIA SOBRE A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL E CONVENCER ESTA PESSOA A VOTAR NO SERRAQuem são as pessoas que temos que conversar e convencer:
• a sua assistente doméstica / sua diarista
• seus funcionários
• o guarda da escola das crianças, a tia da escola, a tia da cantina
• o porteiro da sua casa e do seu trabalho
• o manobrista do seu carro, para quem usa estacionamento
• o ascensorista do prédio do seu dentista, do seu advogado, do seu cliente
• o frentista do posto de gasolina
• a caixa do supermercado, da farmácia, do sacolão, …..
• a recepcionista da empresa do seu cliente
• a vendedora da loja de sapato, de roupa, ….
• o garçon do restaurante e do boteco
• o cabeleireiro, a manicure, a fisioterapeuta, a massagista,
• o atendente da sauna, da academia, da escola de natação, da escola de inglês das crianças, etc
Vejam que todos os dias, encontramos no mínimo 10 pessoas diferentes na nossa vida. Daqui até o dia 31 de outubro são somente 12 dias de trabalho, em prol da mudança de grupo político para governar nosso país.
Não queremos ver o PT mais 8 anos no governo se locupletando e explorando a boa fé dos incautos e/ou ignorantes.
Em vez de falar do tempo, vamos falar da eleição. Quando encontrar alguém no elevador, pergunte em quem ele vai votar. E se essa pessoa disser que vai votar no Serra, instigue ele a entrar nessa campanha.
Não envie apenas, emails falando do passado da Dilma, que o Lula não estudou, que o governo do PT sabia do mensalão, (isso nós já sabemos).
Vamos à luta!!!
Esse é o momento, FAÇA A SUA PARTE!!! Ninguém vai saber se você fez a sua parte, somente você e Deus.
A hora de trabalhar é agora !!
Esta é uma corrente… do BEM.
Funciona assim:
Se você passar este e-mail para pelo menos 10 outras pessoas e estas passarem para outras 10, e assim por diante, ao final de outubro um milagre irá acontecer e beneficiará você e sua família e a todas as famílias que repassaram esta corrente. Já, se você simplesmente ignorar esta corrente, não a repassando, ao final de outubro você será amaldiçoado com o pior de todos os pesadelos: aturar a perereca assassina e terrorista por quatro longos anos de sua vida!!!! Pense bem !!
Não se esqueça!
Foi a Internet que ganhou o plebiscito do desarmamento.
Portanto, podemos vencer essa eleição também, se nos concentrarmos em um candidato melhor que o Lula. Com ela: PODE FICAR MUITO PIOR.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Hora de vigilância e mobilização total por Dilma
A campanha eleitoral entra, nesta segunda-feira, na reta final. Nunca houve uma campanha tão sórdida quanto a preconizada pela direita e pelo neoliberal José Serra que – sem discurso e não podendo confessar seu programa privatizante, anti-estatista e antissocial – basearam sua propaganda em ataques e mentiras, no falso moralismo e na exploração do sentimento religioso dos brasileiros.
Tudo isso com muito dinheiro, muitos recursos e total apoio dos setores mais retrógrados da elite brasileira. Entre eles a medievalista Tradição, Família e Propriedade (TFP), que defende abertamente o retorno de formas de viver onde poucos mandam e o povo obedece cegamente. Como na Idade Média, quando os barões mandavam e o povo ficava à mercê de seus caprichos e arbítrios.
Ou velhos terroristas da extrema direita que atuaram na repressão da ditadura militar e se envolveram em atentados a bomba nos anos 80 contra os democratas que lutavam contra o regime dos generais. Estes são os aliados de José Serra, do PSDB e do DEM que, hoje, são a expressão mais visível dessa direita retrógrada e antipopular.
Para espalhar boatos anti-Dilma, montaram um caríssimo aparato de telemarketing que pode atingir 14 milhões de eleitores para difundir calúnias e preconceitos; em Minas Gerais este esquema vai levar a voz do senador eleito Aécio Neves a cinco milhões de eleitores pedindo votos para José Serra.
A baixaria que marcou a campanha desde os últimos dias do primeiro turno revela a falta de escrúpulos e o escárnio contra o eleitor que move a campanha tucana, baseada em calúnias e falsificações.
O eleitorfez uma experiência rica desde a primeira eleição presidencial dos tempos modernos, em 1989, e já não se deixa enganar. Com Fernando Collor e, depois, Fernando Henrique Cardoso, foi enganado e escolheu os partidários do atraso, do retrocesso e da humilhação nacional – escolheu o Brasil que dá errado, como corretamente diz o presidente Lula.
Desde 2002, contudo, experimentou o acerto – o Brasil que dá certo, completando a frase do chefe da nação – e viveu os benefícios da escolha correta. O Brasil voltou a crescer, livrou-se da tutela do FMI e do grande capital financeiro internacional, passou a falar de igual para igual com todos os países, dos truculentos como os EUA aos pacíficos, como a Bolívia; melhorou a situação do povo e abriu perspectivas novas de uma vida digna e da qual, hoje, os brasileiros se orgulham. Trocou o “complexo de vira-latas” dos tempos de FHC pelo orgulho nacional que hoje envolve a todos.
Mas não basta não se deixar enganar: é preciso dizer isso para todos, e convencer os iludidos da gravidade de fazerem escolhas insensatas e contra os interesses do Brasil, do povo e da economia que reencontrou o caminho do crescimento.
Contra a força do dinheiro dos poderosos que cercam José Serra – aliado da direita e candidato preferido da grande finança internacional e do imperialismo – o povo tem a força maior da mobilização, da defesa nas ruas e praças da candidatura da continuidade e do avanço das mudanças, representada por Dilma Rousseff.
Estes dias que precedem a batalha final do dia 31 – e nunca a palavra batalha foi tão bem empregada como no embate eleitoral deste ano – serão tempos de vigilância contra mentiras e baixarias. Um tempo de mobilização total, democrática e avançada; da afirmação da luta do povo contra os atentados da extrema direita e contra a volta ao passado de desemprego e empobrecimento. Da proteção do Brasil contra governos que se ajoelham diante de imposições estrangeiras. Tempo de escolha da verdade contra a mentira. Dias de defesa do voto em Dilma Rousseff para confirmar, mais uma vez a derrota que o povo já impôs aos neoliberais em 2002 e 2006.
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