sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um ano de gestão e a perspectiva da revolução - Parte I

Passado um ano da eleição em que elegeu a primeira prefeita de Barreiras, Jusmari Oliveira, a cidade é tomada de um sentimento de expectativas frustradas e crescente revolta, principalmente por conta da onda de denuncismo muitas vezes levianas sem levar em conta fatos reais.
Participei do mandato do ex-prefeito Saulo Pedrosa em 1993 até o fatídico carnaval de 1996 em que todos os Partidos de esquerda romperam por conta da imposição do então candidato Antônio Henrique pelo prefeito. Nos dois primeiros anos daquela gestão havia um sentimento igual ao que vive hoje a cidade: frustração. Sentimento amainado quando o então prefeito na luta contra a política de retaliação de ACM contra Barreiras, conseguiu rever parte do ICMS que nos era roubado, fazendo com Barreiras nos dois últimos anos de governo tivesse uma revolução e várias obras se iniciaram, culminando com a eleição do sucessor numa diferença muito pequena de votos para o adversário da época que era Paulo Braga. Basta lembrar que o ex-prefeito tinha aprovação recorde de governo, conquistada apenas no final da gestão depois de muita frustração com aquilo que se iniciava em Barreiras que era a mudança de paradigmas depois de 30 anos de controle político por um grupo.
Em 2005 ao retomar o poder com o apoio dos Partidos de esquerda como sempre foi em sua vida política, o mesmo ex-prefeito Saulo Pedrosa iniciou o seu mandato com a mais dura guerra contra quem pagou o preço mais caro de uma disputa política: os concursados deixados de presente por seu cunhado Antônio Henrique.
Durante os quatro anos de seu mandato, Saulo tomou as medidas mais impopulares que um governante pudesse tomar e passou extremas dificuldades no inicio sempre culpando a herança maldita de seu cunhado antecessor. Contratações em excesso, dívidas no comércio, demissões em massa para ajustar a máquina, denúncias de corrupção que foram parar no cenário nacional como o vídeo do filho de sua amante cobrando propina dos prestadores de serviços que tinham pagamentos em atraso, briga comprada com a Câmara de Vereadores que rejeitou diversos projetos importantes para Barreiras como o PROVIAS e as dificuldades de governar sem margem orçamentária, tendo inclusive as contas rejeitadas pelo TCM, fora a crise moral e de valores que motivaram vários panfletos apócrifos com as piores baixarias, boatos envolvendo sua filha na secretaria de saúde que enfrentou uma CPI com acusações de desvio de verbas do SUS para compra de medicamentos, que virou posteriormente denúncia no Ministério Público Federal, denúncias no Ministério Público de merenda comprada com licitação fraudulenta, a briga mesquinha com o governo estadual por causa da EMBASA, sem falar no período "maravilhoso" que foi a SANAB deixando povo carregar água na cabeça por incapacidade de gerenciar um sistema tomada a força por mero capricho pessoal e por fim, o abandono do povo que além de não ter condições dignas para se viver em Barreiras, ainda tinha perdido a auto estima de ser barreirense tamanha a violência que foi o governo de Saulo Pedrosa e a resposta veio com a sua candidata amargando o quarto lugar nas eleições e depois o abandonando para ir para o extremo oposto da política tucana: o Partido dos Trabalhadores.
Faço um passeio pela cena política do governo anterior, para mostrar como é fácil e rápido esquecer o passado e como os permitimos ter o que sempre se chama na política que é a memória curta. Saulo Pedrosa, o mesmo que nunca deu valor a quem lhe tinha respeito, enxotou a vice – prefeita Nilza Lima, impediu que o então secretário de infra-estrutura indicado pelo PT pudesse desenvolver o seu trabalho e tirou a autonomia da secretaria de administrar as máquinas responsáveis pela recuperação dos buracos e da manutenção da cidade; tudo isso para sufocar quem lhe apoiava e concentrar o poder a quem ele confiava, hoje posa de bom moço e Zorro Mascarado porque, esse ninguém conhece, com a pseudo alegação de que é preciso unir quem ele destruiu para querer agora atacar a prefeita Jusmari e seu governo que de fato não pode ser comparado com quem teve 16 anos no poder revezando na família e dizer que é candidato por que o povo clama. Parece piada de mau gosto e seria cômico se não fosse trágico. A democracia e a Lei permitem que um mandatário fique se depender da vontade povo, 8 anos no poder; Saulo só quis 4 e não mediu esforços para que os quatro anos passassem rápido, tal era sua ojeriza pelo governo e os inúmeros problemas que uma prefeitura tem; Saulo não perdeu a eleição, ele simplesmente entregou na medida em que nada fez para recuperar os aliados e trabalhar em equipe e coalizão em respeito às forças que o elegeram. Hoje é muito fácil criticar, dizer que é candidato pq o povo clama e que de bom só "eu mais ninguém, por isso eu tenho que voltar de qualquer jeito", fazendo até o que fizeram com ele que sentiu na própria pele o quanto é difícil se governar com perseguição.

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