sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Semana ruim para Serra termina com chacota na internet

A campanha tucana amargou uma semana difícil. Uma sequência de fatos negativos culminou com a inesperada ridicularização do candidato, após o controvertido episódio da “agressão” a Serra, no Rio.

Já no sábado, um jornal de grande circulação publicou o que até então só circulava entre comunidades de relacionamento na internet: a notícia de que Mônica Serra havia feito um aborto. A própria mulher do candidato já estava longe, no Chile, estrategicamente afastada da campanha. Os tucanos não só haviam acabado de perder o trunfo contra a adversária Dilma Rousseff, como viam o bumerangue da polêmica que estimularam se voltar ameaçadoramente para a cabeça de Serra.

Era só o começo. Logo na madrugada de terça-feira (19), a pesquisa Vox Populi indicou 14 pontos de vantagem para Dilma Rousseff. Mas, afinal, era só um instituto suspeito – trataram de realçar alguns tucanos. Sérgio Guerra, presidente do PSDB, chegou a protestar contra o resultado.

Na mesma terça, Serra enfrentou a mais dura entrevista feita ao vivo, em rede nacional, até aqui. Durante 11 minutos, os apresentadores do Jornal Nacional, da TV Globo, praticamente só lhe fizeram perguntas espinhosas. O candidato suou para explicar porque primeiro negou conhecer Paulo Preto e depois saiu em defesa do assessor suspeito de desvio de dinheiro de campanha.

Na quarta-feira (20), o Ibope praticamente confirmou os números do criticado Vox Populi. A sondagem indica que Dilma voltou a crescer, após a entrada forte de Lula na campanha, e que Serra caiu.

No mesmo dia, o tucano participou de um corpo a corpo com eleitores no Rio que terminou em confronto entre petistas e tucanos. Serra foi atingido na cabeça e levado a um hospital. A campanha utiliza as cenas na propaganda eleitoral e o candidato acusa Lula de estimular a violência. À noite, Record e SBT mostraram em seus telejornais que o candidato fora atingido aparentemente por uma bolinha de papel, e sequer esboçara reação.

Embora testemunhas afirmem que mais tarde Serra foi também alvo de um rolo de etiquetas lançado a uma distância de dez metros, a imagem que correu a internet foi a da bolinha de papel quicando inofensiva a calva cabeça do candidato.

Ao longo de toda a quinta-feira (21), a cena foi distribuída para milhares de pessoas via internet, virou motivo de piadas, charges e até de um jogo eletrônico que oferece ao internauta a possibilidade de alvejar Serra com uma bolinha de papel, da qual o candidato se esquiva, abaixando-se por detrás da bancada do Jornal Nacional.

Serra terminou comparado por Lula ao goleiro Roberto Rojas, do Chile - que simulou ser atingido por um rojão no Maracanã - e defendido por Sérgio Guerra, este já com poucas armas para fazer frente ao prejuízo à imagem do candidato.

Vai terminando assim a penúltima semana da campanha do segundo turno para o candidato da oposição.

Salete Lemos
Colunista do Portal R7

















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